Tom Barros: Até o desfecho final

Acreditar é preciso, mesmo quando a descrença já se projeta maior à sua frente. Acreditar é preciso, ainda que todos os indicativos e sinais apontem para o desânimo. O Ceará precisa acreditar para seguir. Numa leitura fria, isenta, já se vê quão distante está a classificação para a Série A. Chegar ao G-4 já parece fora de condição, embora a gélida e inabalável matemática insista em mostrar que ainda é possível ao Vozão chegar lá. Mas aí entra em cena a necessidade de tropeços alheios, sem os quais não há como o Ceará alcançar o alto. Entra em cena o fator sorte que muda de lado ou permanece de um lado só, ao sabor de seu impenetrável desejo. Mais uma vez a mesma frase: só a vitória interessa ao Ceará. Acreditar é preciso. Acreditar sempre, até o desfecho final.

Faz tempo

Quando o Ceará enfrentou o então lanterna Tupi em Minas Gerais, o Vozão estava na terceira colocação, apenas um ponto atrás do Vasco, que era o líder, e do Atlético/GO que era vice. Hoje, Vasco e Atlético apenas trocaram de posição. O Ceará despencou. O Tupi saiu da lanterna, mas ainda está na zona de rebaixamento.

Missão

Nesta altura do campeonato, quando já é possível avaliação mais segura sobre todos os competidores, não há muito o que se esperar senão o trivial, o feijão com arroz. Ainda assim, queira Deus que o Ceará tenha um pouco mais de luz. Independente da situação, há o compromisso profissional, a dignidade, a decência.

Recordando

Década de 1970. A partir da esquerda: Louro e Marciano no Fortaleza. Louro (Fco. Das Chagas Veras) morreu no dia 12 de dezembro de 2005. Jogou pelo Corinthians/SP em 1968/69 no time do famoso Rivelino, tri mundial pelo Brasil no México. Louro foi campeão pelo Fortaleza em 1967, 1973 e 1974. Já Marciano, o Interplanetário, brilhou no Fortaleza, Ceará, Bahia e Flamengo/RJ. Goleador implacável. Hoje é empresário vitorioso.

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Repetição

O quadro sucessório atual no Fortaleza, exceto alguns detalhes, assemelha-se muito ao cenário da eleição passada, inclusive com relação aos concorrentes. Pode ser que, até a data final do prazo para inscrição, outras chapas alterem o que está posto. Mas até agora há praticamente uma repetição. Analisaremos depois as propostas concretas.

Normal

É compreensível que a candidatura do atual presidente Jorge Mota inicialmente se mostre mais consistente, já por seu histórico no clube, inclusive com acesso à Série A em 2002. Caberá então aos seus concorrentes neutralizar tal vantagem, mediante projetos mais ousados e críticas bem formuladas à atual gestão de Jorge.

Atento

O presidente coral, Nilton Ramos, deve estar atento às manobras que possam ter prejudicado o Ferrão. Uma delas: tentar legitimar um "wo" antecipadamente programado. Um "wo" anunciado de forma prévia. Cenário montado para "wo" como se monta peça teatral com atores treinados na arte da simulação. O recente "wo" em Barbalha foi uma lamentável ridicularia

Argumento. Tanta luta para subir. Tanta festa no Arruda. Agora o Santa Cruz, lanterna da Série A, faz a viagem de volta para a Série B. É triste. Isso reforça a opinião dos que pensam assim: é melhor ficar na Série B do que subir para virar galhofa. Penso diferente: é melhor subir para a Série A e lá permanecer com boas campanhas. Querer a permanência nas Séries em que Fortaleza e Ceará estão, é acomodação, estagnar de vez. Não condiz com o ideal de vencer, inerente ao futebol.