Últimas rodadas. Últimas esperanças. Ceará tem margem estreitada para trabalhar. Missão: ganhar. Sem isso, nada feito. Então que Felipe Menezes repita a bela atuação que teve em Santa Catarina na vitória sobre o Criciúma; então que Tiago Cametá também repita sua bela atuação; então que Wescley tente marcar outro golaço semelhante ao que a todos encantou pelo estilo e precisão, assinalado no Heriberto Hülse. Os acertos decisivos e incisivos fizeram o Vozão reencontrar a forma de jogar bem. E com intensidade. Queira Deus mantenha hoje o padrão porque uma das causas das dificuldades alvinegras nada mais é senão o que restou de tantas oscilações. Não recordo ter visto o Ceará segurar o desempenho positivo por três jogos seguidos. Se conseguiu, será exceção.
Adversário
O Vila Nova está na posição em que nada o perturba. Não dá mais para subir; não dá mais para cair. Seu destino é a faixa intermediária. Vai a campo pelo compromisso e respeito profissional. Se perguntarem aos atletas do Vila qual o desejo deles diante da atual situação, certamente responderão: férias.
Velocidade
O Vila Nova está trazendo o volante Victor Bolt. Nada a ver com o jamaicano, ouro olímpico, Usain Bolt. Aliás, explicando o motivo do apelido, Victor disse que é mesmo a velocidade. Antes de ir para o Vila Nova, Victor esteve no Vasco da Gama, mas não se firmou. Esse Bolt é também atencioso, mas de raio só mesmo o apelido. É voluntarioso.
Recordando
Década de 1970. Time de cronistas esportivos. A partir da esquerda (em pé): Jalmir Monteiro, Célio Pamplona, Paulo Santos (notável narrador que era chamado de Zé Cabral), Niltinho, Wildo Celestino e Luciano Lima. Na mesma ordem (agachados): Agerson Tabosa, Joseoly Moreira, Orlando Ramalho, Astrolábio Queiroz e Pedro Brasil. Detalhe: Zé Cabral é oficial da reserva da FAB. Mora no Rio de Janeiro. Joseoly está firme no batente.
Interdependência
Hoje, além do jogo do Ceará, a torcida alvinegra terá de ficar atenta aos jogos do Bahia, Vasco e Avaí. Se os três ganharem, o Vozão estará eliminado, mesmo que ganhe do Vila Nova. O Bahia joga em Luca do Rio Verde contra o Luverdense. O Vasco pega o Bragantino em Bragança Paulista. O Avaí, em casa, recebe o Náutico.
Dificuldades
Dos concorrentes à frente do Ceará, o jogo onde o empate parece mais provável é Avaí x Náutico. Se der esse empate e o Ceará ganhar do Vila, o Vozão ganhará nova chance de seguir na briga. O Vasco também terá dificuldades, pois o Braga precisa ganhar para fugir do rebaixamento. O Bahia pega o Luverdense que está no limbo.
Dirigente do ano
O presidente do Uniclinic, Vanor Cruz, é na minha opinião o dirigente do ano no futebol cearense. Mesmo sem a estrutura de Fortaleza e Ceará, Vanor cercou-se de bons profissionais como Jurandir Júnior e Maurílio Silva. Daí a conquista do título de vice-campeão cearense. Seu amor ao esporte vem dos tempos em que brilhou como atacante do Fortaleza. Belo trabalho.
Contraste. Foi ótimo ver o Brasil ganhar da Argentina. Foi ótimo ver a recomposição da credibilidade diante do grande rival. Mas o que mais me chamou a atenção foi a apatia dos argentinos. Algo estranho está acontecendo. Acompanho a Argentina desde 1957. Eles sempre foram combativos, guerreiros, sangue quente, provocadores. Na derrota no Mineirão, um contraste. Messi e companhia pareciam procurar um norte. Se os argentinos continuarem assim, a Rússia estará cada vez mais distante para eles.
