Tirar o chapéu
Bill, finalmente. Estava sob pressão porque suas atuações não vinham convencendo. Atacante alimenta-se de gols, vive de gols. Contra o Vitória, a vitória. E do tipo especial para deslanchar. E lanchar. Merendar gols. Saborear gols. Não para tirar a camisa do clube na hora de comemorar. Camisa do clube é para estar vestida no momento maior, no instante do gol. Mas Bill, levado pela empolgação, resolveu comemorar como não devia. E pegou cartão amarelo. Poderia ter evitado. Pela camisa tirada, a advertência; pelo gols marcados, minha reverência. Pelos três gols, para ele eu tiro o chapéu.
Explosão. Demorou. O Bill que vi insinuante no Santos, Corinthians e Coritiba não era o mesmo que eu via no Ceará. De repente, ressurgiu. E com a explosão dos artilheiros notáveis. Três gols. Que dê sequência ao êxito que alcançou contra o Vitória.
Jeito
A goleada que o Ceará aplicou no Vitória teve o jeito de time campeão. Não estou dizendo que o Ceará já é campeão da Copa do Nordeste. Nem seria louco para afirmar algo assim. Estou dizendo que o jeito da vitória foi de um campeão. É bom não confundir as coisas.
Local
Amanhã o Ceará volta o foco para o certame estadual, onde vê o Fortaleza abrir distância. Vozão "Brincará" o Carnaval em Horizonte, no Domingão. O Ceará é favorito. Horizonte vem de produção irregular e duas derrotas seguidas.
"É como o professor diz: temos de estar preparados para toda hora. E eu estou sempre pronto para entrar no momento que ele precisar".
Assisinho
Meia do Ceará
O líder
Em pleno sábado gordo, Leão líder em campo. O Fortaleza em estado de graça. A recente goleada (4 x 0) sobre o Guarani/J apenas confirmou o grande momento do Leão. Diferente do Icasa de Pugliesi, que passou por extrema dificuldade para ganhar do Horizonte, o Fortaleza segue superior. E entra hoje como favorito diante do Verdão.
Passes
Vocês viram como Edinho, no jogo passado, criou situações que levaram o Fortaleza a golear o Guarani/J? Ele mesmo fez a definição: "Meu trabalho é deixar os atacantes na cara do gol". Verdade pura. E há ainda o Marcelinho Paraíba com sua cadência e lucidez. Passes que não passam da medida. Bola redondinha mesmo.
Forma de jogar
Gosto de ver em ação o Walfrido, do Fortaleza. Não digo seja ele o melhor. Não é. O melhor do Leão na minha avaliação de momento é o Edinho. Mas gosto da forma de jogar do Walfrido. Ele me faz lembrar jogadores que atuavam como quem desfila, ou seja, cabeça erguida, com elegância, como Haroldo Castelo Branco na década de 1960 no Fortaleza, e, na década de 1980, Eliézer.
Recordando. O sucesso de Bill, com os três gols que marcou no Vitória, remeteu-me às décadas de 1950 e 1960. Na época havia um jogador chamado Bill Rola, filho do famoso ex-jogador e árbitro Raimundo da Cunha Rola, o popular Rolinha. Bill cedo encerrou a carreira em virtude de contusão. Hoje, Bill Rola é renomado dentista. Eu o revi quando conheci a também competente odontóloga Grace Sampaio. Bill é irmão do médico Kitt Rola que foi notável atacante do Ferroviário. Kitt driblava muito bem. Viveu grandes momentos no Ferrão. Deve estar sentindo muito o rebaixamento do seu time de coração. Por falar em coração, há alguns anos Kitt foi operado do coração por equipe da qual participava seu próprio filho, que também é médico. Tenho grande admiração por essa família.