Tom Barros

Margem apertada

 

A vantagem que o Ceará tem sobre o Vitória/BA é mínima e, por isso mesmo, não confiável. Claro, com um empate sem gols, estará classificado o Vozão. Mas jamais poderá o Alvinegro fixar-se neste benefício como sustentação para a sua conquista. Entendo que o Ceará deve buscar os três pontos. Mas buscá-los sem sofreguidão. É dar curso normal à partida e o triunfo virá como consequência natural desse esforço. Pelo que vi na primeira partida, os times estão mais ou menos no mesmo patamar. Há vantagens, mas não há favorito. Há o Ceará em casa com direito a empate sem gols. Tudo bem. Mas isso não oferece nenhuma garantia. Buscar a vitória tem de ser a meta alvinegra.

Ofensivo

Pela própria situação, o Vitória terá de apresentar modelo tático ofensivo. Do time que enfrentou o Ceará em Salvador, fora está o meia argentino Escudero, submetido a um cirurgia no joelho direito. Significativa ausência. Mas chamo a atenção para um fato acontecido em Salvador: lá, a entrada de William Henrique no lugar de José Wellison fez o Vitória crescer e criar boas chances para Marquinhos e Dinei. Detalhe: o Ceará terá de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para não sofrer gols. No mata-mata, sofrer gol em casa é fator bastante complicador.

Imagens das Copas. 1994. Comemoração brasileira após a conquista do tetra na Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos. Zinho, Bebeto, Taffarel, Zetti e companheiros fazem a festa no Estádio Rose Bowl, em Pasadena, subúrbio de Los Angeles, Califórnia.

Apelação

Ainda que o Ferroviário mais uma vez venha a escapar do rebaixamento pela humilhante porta do tapetão, enodoa a história do clube o constante apelo a experiente fora do gramado para encobrir a incompetência em campo. Os torcedores sensatos, creio, não concordam com atitudes dessa natureza. O time acaba sendo levado na gozação.

Honradez

O Ferroviário, em respeito à sua história, deveria buscar o retorno à elite não pelo oblíquo caminho das duvidosas questões jurídicas, mas pela retomada forte, combativa, competente, nas quatro linhas, onde construiu ao longo destes 79 anos (completará 80 no dia 9 de maio) a imagem altiva de um clube alicerçado na decência, na honradez.

Pudor

Será que, se vivo fosse, o saudoso fundador do Ferroviário, Valdemar Caracas, homem reto, rigoroso na defesa dos padrões éticos, concordaria em seguidamente ter as disputas jurídicas como tábua de salvação coral? Acho difícil. Para fugir do rebaixamento recorrer ao tapetão uma vez é compreensível; duas vezes, falta de pudor.

Opinião

De Joelcio Lima Cavalcante (joelcio.Jlc@gmail.Com), que hoje mora em Natal/RN: "Quando um jogador levanta o braço alegando impedimento do adversário, geralmente é o próprio que dá condição para que o impedimento não exista, ou seja, é quase um pedido de desculpas informal". Verdade. Geralmente é o que ocorre, com raríssimas exceções.

"Este CT é um equipamento à altura de um grande clube como Ceará. Poderemos, agora de maneira mais adequada, formar homens e grandes jogadores".

Eulino Oliveira
Ex-presidente alvinegro que, homenageado pelo clube, teve seu nome dado ao de partamento médico do novo CT