A força do silêncio
Há frases que marcam. Frases sucintas que traduzem bem o espírito dos que as pronunciam. Winston Churchill, quando nomeado primeiro ministro inglês para encarar a II Guerra Mundial, encerrou seu discurso na Câmara dos Comuns com a frase: "Unamos as nossas forças e caminhemos juntos". Mas sua frase que marcou foi: "Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor". Marcelo Cabo, novo técnico do Ceará, pronunciou sua frase de efeito: "Venho para ficar e peço trabalho, vitória e silêncio". Nessa frase a palavra que mais chamou a minha atenção foi "silêncio". Qual seu significado no contexto? Eu adoro o silêncio. Mas como utilizá-lo para tirar do atoleiro o Ceará? Que forma de silêncio compõe a estratégia do novo treinador alvinegro?
Marcelo Cabo chega diferente. Há os defensores do grito. Frases diversas louvam o grito. "Por falta de um grito se perde uma boiada" ou "temos de ganhar no grito". Cabo optou exatamente pelo oposto: o silêncio. É normal pedir trabalho e vitória como pediu. Inovador foi pedir silêncio. Gostei. Que dê certo. Torço por isso.
Contraste
Andre Rieu, com sua orquestra, ganhou mais aplausos num concerto quando a jovem trompetista holandesa, Melissa Venema, executou de forma magistral O Silêncio. E "O Silêncio" foi ouvido em silêncio. Mas, quando Melissa terminou, prorromperam gritos, assovios e aplausos. Que o silêncio que Cabo pede também termine assim.
Espera
Girlano, companheiro de trabalho aqui do Sistema Verdes Mares, é apaixonado torcedor do Fortaleza. Dele ouvi um sentimento que, creio, seja o de todos os torcedores do Leão. O que incomoda mais não é o mata-mata, mas a longa espera. Essa espera é que gera uma ansiedade louca. Espera que já dura cinco anos, gente. Verdade.
Dúvida
Como o Fortaleza sempre vem perdendo a vaga aqui, pela pressão que sente ou já sentiu, quer no PV, quer no Castelão, há quem entenda que melhor seria a definição desta vez ser fora de casa, com o Fortaleza fazendo logo a diferença no primeiro jogo aqui. Não penso assim. Melhor mesmo será ganhar a vaga no Castelão superlotado. Fim do tabu.
Ontem
O zagueiro do Fortaleza, Adalberto, foi a bola da vez ontem nos espaços da mídia: matéria especial no Diário do Nordeste e matéria especial nos programas esportivos da TV Diário. E todas enaltecendo o ótimo momento por que passa o jogador. Além da fase, que é muito boa, há também a marca de 70 jogos que ele completará com a camisa tricolor sábado em Goiânia.
Eliminatórias
Em 11 eliminatórias de Copas do Mundo (1954/2009) o Brasil teve 12 técnicos em 92 jogos. Zezé Moreira (4 jogos, 1954), Osvaldo Brandão (3 jogos 1957 e 1977), João Saldanha (6 jogos, 1969), Cláudio Coutinho (5 jogos,1977), Telê (8 jogos 1981 e 1985), Lazaroni (4 jogos, 1989), Parreira (26 jogos, 1993 e 2003/2005), Luxemburgo (8 jogos, 2000), Candinho (1 jogo, 2000), Leão (3 jogos 2000/2001), Felipão (6 jogos, 2001) e Dunga (18 jogos, 2007/09. (Dados de Airton Fontenele)
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