Tom Barros

Nada de soberba

A pregação interna do Fortaleza é a de, em todas as circunstâncias, manter a humildade. E humildade franciscana. Chuteiras de grife só no gramado. Fora dele, as sandálias do desapego. Nada de "já classificou" ou nada de "já ganhou". Nem pensar em ar de superioridade, ainda que o opositor esteja mal na classificação. É o espírito predominante no Pici. No meu entendimento, correta filosofia. Na verdade gesto de grandeza espiritual, grandeza interior. A grandeza, que dignifica sem reduzir o concorrente porque o respeita e o tem na devida conta. Assim o Leão enfrenta o Confiança logo mais em Aracaju. O Confiança é o sexto colocado, mas segue sonhando com o G-4. Vem de um empate em casa com o Vila Nova. Empate que desagradou e gerou muita apreensão.

Recordando

2008. Ceará Sporting Clube. A partir da esquerda (em pé): Adilson, Mazinho Lima, Arlindo Maracanã, Cauê, Wanderley e Zé Augusto. Na mesma ordem (agachados): Faeco, Michel, Elder, ? , Marcelinho. Só lembrava de Adilson, Mazinho Lima e Arlindo Maracanã. Adilson estava no Santo André até 2014. Não sei se encerrou a carreira. Arlindo está no Sampaio Corrêa. Mazinho Lima aposentou-se. (Da coleção de Elcias Ferreira).

Oportunidade

Desde que chegou ao Fortaleza, Dudu Cearense deixou uma expectativa: recuperaria com a camisa tricolor o belo futebol que o levou à Seleção Brasileira e ao cenário internacional? Claro que terão de ser guardadas as devidas proporções. Agora, com o apoio de Marcelo Chamusca, Dudu está tendo nova oportunidade.

Padrão

Esperem não o futebol do Dudu bem jovem, da época em que daqui saiu para o Vitória, mas o futebol do Dudu mais maduro, já com 32 anos, experiente em grandes competições. Dudu eficiente na nova feição de jogar. Dudu que aprendeu a encurtar caminhos e a descobrir os segredos que só o tempo oferece aos atletas de muito talento.

Tradição

O Guarany/J estreia na Série D amanhã contra o Santos/AP. No seu Grupo estão também Palmas/TO, Imperatriz/MA e River/PI. Na Série D está o Remo, um dos mais tradicionais times do Pará e do Norte do Brasil. Também estão o Treze e o Campinense da Paraíba. Até o São Caetano, de São Paulo. Votos de boa campanha ao Leão do Mercado.

Sem vitória

Icasa, seis jogos, nenhuma vitória. Águia, seis jogos, nenhuma vitória. Mas o Águia pelo menos empatou quatro vezes. O Verdão nem isso: só derrotas. Hoje, no Romeirão, o lanterna Icasa recebe o vice-lanterna Águia. Sim, o outrora Águia que tanto assustou o Fortaleza. E o outrora temido Icasa que esteve a um ponto da Série A. Que decepção!

Drama

O técnico do Icasa, Maurílio Silva, jamais imaginou a verdadeira dimensão do problema que teria ao assumir o comando do Verdão. De treinador a interlocutor, de técnico a "bombeiro", apagador das chamas na turbulenta relação entre atletas e a diretoria. Reclamações que vão de salários atrasados e acomodações inadequadas. Assim é demais.

Saudade

Amanha, dia 12, 25 anos da morte de João Saldanha, notável cronista, muito respeitado no Brasil e no exterior. Saldanha destacou-se também como técnico. Foi campeão carioca pelo Botafogo (1957) e classificou o Brasil para a Copa do Mundo de 1970. Quem fez parte do restrito círculo de amizade de Saldanha foi o pesquisador Airton Fontenele, a quem Saldanha dedicou cinco crônicas no Jornal do Brasil. Ele também prefaciou o livro "Futebol - Seleção das Seleções", o primeiro da lavra de Airton.

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