Tom Barros

Talentos limitados

A Seleção Brasileira, sem o brilho de antigamente, segue adiante. Os críticos mais exigentes querem show de bola, espetáculo. Meu Deus, quanto tempo ainda levará para esta gente entender que o atual futebol brasileiro não dispõe de craques em profusão? O técnico Dunga não conta com uma geração de talentos excepcionais. E o que é craque está fora, Neymar. Então cabe aos brasileiros a realidade. Dura realidade. Lutar agora para vencer pelo futebol coletivo, já que há escassez de valores individuais. Mesmo em tempo de craques o Brasil teve problemas ao enfrentar o Paraguai. Em 1979 o Brasil, embora com craques como Falcão e Sócrates, foi eliminado pelo Paraguai nas semifinais: perdeu (2 a 1) em Assunção e só empatou (2 x 2) no Maracanã.

Recordando

22.06.2007. Copa América na Venezuela. Treino da Seleção Brasileira em Puerto La Cruz. A partir da esquerda: Robinho, Fred, Gilberto Silva e Diego. Desses, apenas Robinho participa da atual Copa América no Chile. Gilberto Silva, 38 anos, está sem jogar desde que encerrou seu contrato com o Atlético de Minas Gerais em 2013. Fred, 31 anos, segue jogando no Fluminense. Diego está com 30 anos e joga no Fenerbahce, da Turquia.

Leite de pedra

Brasil sem Neymar. Brasil que nesta Copa América não está podendo contar com Oscar, Danilo e Luiz Gustavo (contundidos). Ora, se com eles já seria difícil, imaginem sem eles. Oscar seria essencial na meia-cancha e também nas conclusões. Bom, agora é trabalhar com o que está aí, reconhecendo as limitações. Dunga tenta tirar leite de pedra.

Surpreender

Não descarto a possibilidade de o Brasil surpreender e até mesmo chegar à decisão da Copa América. Se são reconhecidas as limitações brasileiras, os adversários também têm suas limitações. Que seleção tem encantado? Que seleção é fora de série? Nenhuma. Algumas apenas um pouco melhor. É a minha interpretação até agora.

Credencial

O Paraguai empatou (2 x 2) com a favorita Argentina que teve em campo nada menos que Mascherano, Tevez, Di María, Messi, Aguero e Higuain. Creio não ser preciso dizer mais nada. Sim, mas não custa nada lembrar que o Paraguai empatou com o Uruguai. Portanto, dos grandes sul-americanos, só não enfrentou ainda o Brasil.

Experiência

No Paraguai há nomes de experiência internacional. No ataque, Raúl Bobadilla, do Augsburg da Alemanha; Roque Santa Cruz, ex-Bayern Munique, hoje no Cruz Azul, México; Valdez, ex-Borussia Dortmund, Alemanha, vice da Copa América 2011. O volante Cáceres, do Flamengo, e o irmão dele, Marcos Cáceres, são titulares.

No grito

Hoje certamente Dunga terá de gritar muito diante do Paraguai. Gosto do trabalho do Dunga. Sei que a seleção dele não pode render a de Felipão que teve, Rivaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho e Ronaldão, nem a de Telê que teve, Júnior, Zico, Sócrates e Falcão. E Telê não ganhou nada. E Felipão, com um time melhor que o atual, tomou de 7 a 1 da Alemanha.

Copa América

Hoje, às 18h30, em Concepción, Brasil x Paraguai, fim das quartas de final. Brasil líder do Grupo C (6 pontos, duas vitórias, uma derrota). Paraguai vice do grupo B (invicto, 5 pontos, uma vitória, dois empates). De 1921 a 2011, 76 jogos, seleções principais (46 vitórias do Brasil, 11 vitórias do Paraguai e 19 empates). Brasil foi campeão da Copa América oito vezes (em casa 1919, 1922, 1949 e 1989; no exterior 1997, 1999, 2004 e 2007. Paraguai campeão em 1953 e 1979. Dados de Airton Fontenele.

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