Tom Barros

Nova realidade

As primeiras vaias da torcida do Ceará, após o empate com o CRB, têm um sentido muito mais profundo que uma simples insatisfação pelo resultado da partida. Não representam insatisfação transitória, mas denúncia ostensiva de que o alvinegro perdeu o rumo das coisas. Foram embora Samuel Xavier e Magno Alves. Marinho e Assisinho sofreram contusão. Fernandinho fora por expulsão. Aí vem a qualidade dos substitutos. Estarão à altura dos substituídos? Não, pelo menos inicialmente. Problema é que, não raro, quem não se ajusta num primeiro momento pode deslanchar depois. Aí valerá o olho clínico do treinador. Verdade é que a inquietação começa a ganhar espaço maior entre os descontentes. A nova realidade exigirá de Silas uma resposta imediata.

Objetivo

A meta do Ceará é ganhar uma vaga na Série A nacional de 2016. Pelo padrão do momento ainda não dá para alcançar esse objetivo. Mas, como o certame é de longa duração, claro que há tempo suficiente para as devidas correções. Entretanto, não pode haver muita demora entre as iniciativas e a concreta recomposição.

Nível

Há jogadores que, embora a fase seja de transição, estão mantendo elevado nível. Cito dois: Ricardinho e Uillian Correia. Mas é pouco para quem pretender produzir futebol coletivo de alta performance. E, quando por um motivo qualquer houver a impossibilidade de atuação de um deles ou dos dois, quem os substituirá a contento? Hora de refletir.

Recordando

2005. E assim se passaram dez anos. Jogo Ferroviário 3 x 3 América/RN, pela Série C do Campeonato Brasileiro. No lance o ponta-direita do Ferrão, Stênio, recebe combate do zagueiro americano. Stênio também teve boa passagem pelo Ceará e pelo Itapipoca. Hoje, o Ferroviário está na segunda divisão cearense. O América/RN continua na Série C do Campeonato Brasileiro 2015, sendo o atual vice-líder com quatro pontos.

Ora de julgar

No dia 26 de março deste ano, a 1ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol do Ceará (TJDF/CE) decidiu, por 3 votos a 2, excluir do Campeonato Estadual o Fortaleza, além de rebaixá-lo para a segunda divisão. Decisão tão esdrúxula e descabida que chocou até mesmo ex-presidentes do tribunal.

Outro olhar

Hoje, haja vista a relevância da matéria, os membros do Pleno do TJDF/CE certamente terão mais cuidado, visando a evitar precipitações. Já basta a lambança provocada em março, às vésperas da decisão do Campeonato Cearense. Ali só não se instalou o caos no certame porque o efeito suspensivo acamou os ânimos.

Inspiração

Seria interessante que os atuais membros do TJDF/CE buscassem inspiração num ex-presidente que honrou aquela Corte: Ernando Uchoa Lima Sobrinho. Na função de presidente do órgão, distante das preferências clubísticas, o dr. Ernando, com serenidade, inteligência e isenção, soube separar muito bem o torcer e o julgar. No Tribunal só há espaço para julgar.

Podridão

Na esteira dos fatos que esse escândalo da FIFA poderá revelar, certamente episódios nebulosos ocorridos em Copas do Mundo estarão no foco. É o caso do famoso jogo Argentina 6 x 0 Peru, armação que levou o time portenho à decisão da Copa de 1978. Outro: denúncias de conchavos na Copa da França, visando a facilitar o título para o anfitrião. E mais: a Copa do Mundo no Brasil com seus valores astronômicos e receita jamais auferida pela FIFA em qualquer outro país. Superfaturamento em tudo.

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