Realidade e sonho
Campeão do Nordeste. O Ceará ainda não aterrissou. Por mais que queira, é difícil sair de imediato do efeito grandioso de uma conquista assim. É quando o sonho vira realidade que se deseja interminável. Realidade, pura realidade, que volta a ser sonho. Assim, entre verdades e quimeras, a flutuação a acreditar, sem acreditar, no título invicto de um time imbatível. A utopia dos primeiros dias cedeu lugar ao recebimento palpável de uma taça que comprova o feito. Verdade, pura verdade: Ceará, invicto campeão do Nordeste. E se toca. E se belisca. Está desperto, mas quer despertar. Não é ilusão. Verdade, pura verdade. Hora de aterrissar. Pouso suave como pluma. Pode se deliciar. Realidade e sonho se misturam. Mas creia, é verdade, Ceará campeão.
Recordando
2005. E assim se passaram dez anos... Será que a torcida do Ceará ainda lembra desses dois atletas? Eles comemoram gol na vitória do Ceará sobre o Marília pela Série B do Campeonato Brasileiro. O autor do gol, já sem camisa na comemoração, foi Paulinho Macaíba, que é abraçado por Reinaldo Aleluia. Destino: Aleluia encerrou a carreira e mora em Salvador. Paulinho está com 32 anos e joga no União Frederiquense do Rio Grande do Sul.
Novo desafio
Agora a decisão do Campeonato Cearense. Outra história. O Fortaleza, rival quase centenário. Leão tem a vantagem do empate. Um clássico que não é ocasional como Ceará e Bahia. Só este ano já foram cinco clássicos Fortaleza x Ceará. Duas vitórias alvinegras, duas vitórias tricolores e um empate. E ninguém conseguiu ganhar por diferença de dois gols.
Reflexos
Sebastião Belmino, grande Bel, pergunta que influência poderá ter na decisão de domingo o título ganho pelo Ceará na quarta. Entendo assim: deu moral ao Ceará, que vai no embalo de uma conquista de repercussão nacional, mas, de outra parte, o alvinegro carregará o elevado desgaste do eletrizante jogo com o Bahia, além, claro, do natural desgaste pós-jogo.
Preparação
Aproveitando o desvio das atenções que se fixaram todas sobre o Ceará na final da Copa do Nordeste, o Fortaleza intensificou na surdina, longe dos alardes, o trabalho de preparação para o clássico decisivo. Ganhou ambiente favorável aos exercícios, sem se submeter aos incômodos das especulações próprias do momento.
Em alta
Everton, meia do Fortaleza, tem demonstrado significativo crescimento de produção nesta reta final. Há desempenhado importante papel na meia-cancha tricolor. A sua constante movimentação dificulta muito a marcação adversária. Surpreendeu-me a posição onde estava quando marcou o segundo gol do Fortaleza no Ceará.
O melhor
O que posso dizer de Ricardinho, após suas recentes e exuberantes exibições? Posso dizer que ele está no rol dos melhores meias em atuação no Brasil. Exagero de minha parte? Não, não. Pensei e repensei quando resolvi fazer tal afirmação. Tenho visto jogos dos chamados grandes times do país. Quem melhor que Ricardinho? No mesmo patamar, alguns. Tudo bem.
Comparações
Quando é feita a avaliação de um atleta, logo aparecem as polêmicas. A primeira diz respeito à qualidade da competição que ele disputa. Se o certame paulista, peso maior; se o carioca, outro peso; se o cearense, peso menor. Compreendo. Mas, se disputa a Copa do Nordeste, que peso terá? Ora, a Copa do Nordeste, restou provado, alcançou projeção e nível técnico semelhante e em momentos até melhor que os certames do Rio e de São Paulo. Ricardinho brilhou em tudo. Está explicado, creio.