Mexendo corações
De tantos Ceará x Bahia que vi desde a década de 1950 até hoje, nenhum foi tão marcante, tão forte na minha memória, tão eterno, quanto o de 1959 cuja súmula está no "Recordando" de hoje. Os tempos passaram. Novos estádios, novas gerações, novos cenários. E aí está mais um Ceará x Bahia. E também do tipo para mexer os corações. E também do tipo para eternizar-se na memória alvinegra. Eternizar-se pelo recorde de público e de renda; eternizar-se pelo título regional. Se aquele de 1959 ficou gravado, embora o Ceará tenha perdido, imaginem, se o Ceará sagrar-se campeão...
A fase
Ricardinho, ótimo momento. Quando anteontem levantaram a possibilidade de ele não jogar, pois sentira fortes dores abdominais, imaginei como ficaria a meia-cancha do Ceará. Não há como entender o setor criativo do Ceará sem ele.
Esperança
O eternizar-se citado no texto de abertura tem tudo a ver com a espera. Essa espera diluiu-se na semifinal no Castelão diante do Asa em 2013. Renovada em 2014, voltou a se diluir na final com o Sport em 2015, também no Castelão. É hora, pois, de sair da fila de espera.
Terceira
A meu juízo, o Ceará é melhor. Para Pittoni, Sandro Manoel; para Souza, Uillian Correia; para Biancucchi, Ricardinho; para Kieza, Magno Alves. Ceará também demonstra mais convicção e personalidade. Isso ficou visível em Salvador.
"Minha advertência tem sido a mesma: ainda não ganhamos nada. Temos que respeitar o Bahia e pensar sério neste jogo de volta".
Silas Pereira
Técnico do Ceará (na entrevista à Verdinha - 810)
Realidade
As colocações do técnico Silas são oportunas. Ele conhece mistérios e surpresas do futebol. O Bahia tem valores e não deixará fugir sem luta está última chance. É bom não esquecer que na Fonte Nova o Bahia teve três claras oportunidades de gol: uma com Léo Gamalho, uma com Kieza e uma com Biancucchi. É preciso cuidado.
Notas & notas
"Sala João Sandanha", um dos maiores acervos sobre a Seleção Brasileira, abre as portas hoje para uma festa muito especial: aniversário de Beth Fontenele, braço direito do Airton, na pesquisa nacional e internacional. Parabéns. // Gomes Farias comandará cobertura especial da Verdinha-810, hoje e domingo. Novidades no ar.
Muito mais
Na derrota para o Fortaleza, domingo passado, Uillian Correia não esteve tão brilhante quanto nos jogos em Salvador contra o Vitória e contra o próprio Bahia. Hoje dele se espera a costumeira eficiência. Uillian joga bonito, elegante e se tornou ponto de equilíbrio num setor que demorou a ganhar a chamada sintonia fina. Ele pode render muito mais.
Recordando
9.09.1959. Taça Brasil. Jogo Bahia 1 x 1 Ceará. Na prorrogação, o Bahia ganhou por 1 a 0. Local: Estádio Fonte Nova em Salvador. Renda: Cr$ 379.310,00 (o dinheiro da época era o cruzeiro). Público pagante: 8.500 (estimado). Goleadores: no tempo normal, Biriba fez o gol do Bahia e Walter Vieira fez o gol do Ceará. Na prorrogação, no último minuto, Léo fez o gol da vitória que eliminou o Ceará. Times. O Bahia jogou com Nadinho, Beto e Leoni; Flavio, Vicente e Florisvaldo; Marito, Careca, Léo, Ari e Biriba. Técnico: Geninho. O Ceará atuou com Gilvan Dias, William e Alexandre; Claudio, Claudinho e Carneiro; Carlito, Walter Vieira, Zezinho, Gilberto e Doca. Técnico Astrogildo Néri. Segundo os cronistas da época, o cearense, saudoso Gilvan Dias, fez aí a mais bela e perfeita atuação de um goleiro na história da Fonte Nova.