Tom Barros

Recordando

2005. E assim se passaram dez anos... A partir da esquerda: o centroavante Moré (Reginaldo Chagas Cavalcante é seu nome) e o ponta-direita Stênio, que também jogou pelo Itapipoca e pelo Ceará. Moré, no atual certame estadual, jogou pelo Guarani/J. No início de sua carreira, quando Moré jogava pelo Ceará, o narrador Gomes Farias dizia: "Quem tem Moré não precisa de Pelé". Não sei onde está Stênio.

Vantagem mudou de lado

A vantagem mudou de lado. Agora é toda tricolor. E poderia ter mudado de uma forma maior, se Lúcio Maranhão não tivesse perdido dois lances claros de gol: um, de cabeça; outro, ao chutar para fora após driblar o adversário. O Fortaleza fez 2 a 0, com e Genilson e Everton. Tomou conta do primeiro tempo. Ora Tinga no apoio, ora Wanderson. Corrêa mais a conter, Pio mais a atacar. E o Ceará envolvido, dominado pelo maior volume tricolor. Mas quem tem Magno Alves tem esperança: um lampejo dele e um vacilo dos adversários levaram ao gol do Ceará (2 x 1). Na fase final, o Fortaleza não repetiu a produção inicial. E permitiu tamanho aperto que por pouco o Ceará não empatou. Incompreensível aceitação, a pondo de a zaga tricolor reclamar da marcação da frente. Ainda assim segurou a vitória.

Contraste

Não entendi a razão por que o Fortaleza mudou a postura que dera certo no primeiro. Não entendi a saída de Pio (a não ser por algum problema físico), se ele vinha fazendo bem a parte que lhe cabia. Resultado: a produção no segundo tempo caiu muito. E, com a entrada de Cassiano, ficou patente a opção tricolor pelo contra-ataque.

Aperto

Ora, se o time desgastado era o Ceará, ao Fortaleza não caberia reduzir o ritmo como reduziu no segundo tempo. Teria ali o momento ideal para ampliar a margem para o segundo jogo. Leão passou a impressão de que estava satisfeito com a margem do empate no segundo jogo. Deixou sumir a chance de abrir uma vantagem ainda maior. De qualquer forma a vantagem mudou de lado.

Produções

Daniel Sobralense deixou patente: atuou no sacrifício. Ficou no limite. // Peso nas costas de Genilson: substituir Lima. Mas sua resposta veio em forma de gol. E, durante todo jogo, teve só uma hesitação. // Vejam onde estava Everton ao marcar seu gol. Confundiu a marcação alvinegra. Boa a partida de Everton.

Rendimento

Na linha de frente do Ceará, Marinho e Assisinho não renderam bem. Nem de longe Marinho lembrou seu desempenho na vitória alvinegro diante do Bahia na Fonte Nova. E Assis jamais se mostrou capaz de superar a marcação que lhe foi imposta. Já Magno, mesmo bem marcado, jamais deixou tranquila a zaga tricolor. Magno é incrível.

Saudade

Audifax Rios. O artista. O escritor. O pintor. O amigo. O irmão. O torcedor do Vasco da Gama com quem dividi vitórias e derrotas na serenidade de quem sabia ter o esporte como esporte. Audifax. O talento. O sorriso. A paz interior. Audifax foi a Deus sem dar tempo de dizer adeus. Senti muito. Conviver com ele no trabalho durante anos nos Associados foi uma bênção. Valeu, amigo.

Anotações. Ótimo o trabalho da arbitragem com Ricardo Marques (Fifa/MG), Fabrício Vilarinho (Fifa/GO) e Fábio Pereira (Fifa/TO). /// Que bobagem a de Sandro Manoel. Pediu para ser expulso, após agredir Maranhão bem na frente do árbitro. Foi atendido. /// No primeiro minuto, Fernandinho deixou Ricardinho na cara do gol e ele quase marcou. Deu a entender que o Ceará iria ser todo ataque. Ledo engano. Depois disso, prevaleceu Leão no primeiro tempo. Na fase, Ceará até reagiu. Mas uma reação tênue.