Personalidade
Mais uma vez, em território baiano, o Ceará demonstrou firmeza e personalidade, até quando sob pressão. Assim quando da vitória sobre o Vitória; assim quando da vitória sobre o Bahia. Em nenhum momento o Ceará deu sinais de covardia, medo ou aceitação. Logo cuidava de responder. Isso fez o Bahia entender que não estava diante de um inferior, mas de um igual. E um igual que ganhou aura superior quando marcou 1 a 0, sustentou o placar e voltou para casa com significativa vantagem. Mas, acima do placar edificado, acima da vantagem obtida, o Ceará provou ter o que há de mais importante numa equipe de futebol: personalidade forte. Esta o torna inabalável até diante das mais desafiadoras adversidades. Não por acaso está com a mão na taça da Copa do Nordeste.
Vantagem
Fiquei atento às reportagens com Ricardinho, Luís Carlos, Samuel e William Correia. Deles ouvi declarações conscientes a respeito da responsabilidade no segundo jogo com o Bahia. A margem do empate é boa, mas não segura ninguém. Agora mesmo o Flamengo tinha a vantagem na decisão de vaga com o Vasco. Resultado: Fla eliminada.
Experiência
Sobre vantagem, o Ceará sabe o quanto isso é fugaz. Não há como esquecer o jogo com o Botafogo/RJ pela Copa do Brasil do ano passado. O Ceará estava com todas as vantagens: em casa, a torcida comemorando e o jogo nos já acréscimos, último minuto. O Botafogo precisava marcar dois gols. Pois em um minuto o Botafogo fez os dois gols e eliminou o Ceará.
Clássico da paz
O ex-jogador Solimar e Silvana prepararam um prato para homenagear o clássico Fortaleza x Ceará. Esse prato está na disputa do concurso "Comida di Buteco" e tenta tricampeonato para Estado do Ceará. Embora o concurso já tenha 16 anos, ainda não há um tricampeão. Chegou a hora. O prato contém duas linguiças de costela bovina, batata doce à doré e abacaxi caramelizado. O concurso vai até o dia 3 maio próximo.
Passes
Dois momentos de alta qualificação na vitória do Ceará sobre o Bahia: a enfiada de bola de Marinho para Samuel no lance do gol de Ricardinho. E a magistral enfiada de Magno Alves no lance em que Marinho poderia ter assinalado 2 a 0, mas optou por simular ter recebido falta. Dois passes que deixaram a defesa baiana com as calças na mão.
Tribunais
Fiquei muito feliz com o telefonema que recebi do querido desembargador Edgar Carlos de Amorim. Mais feliz ainda ao ouvir dele os melhores encômios sobre o artigo que escrevi na coluna de ontem a respeito dos tribunais desportivos. Observação que fiz sobre a postura e sobre o que cobro dos "doutores da lei" do futebol cearense.
Lance infeliz
Marinho em alta. Nos dois jogos na Bahia, Marinho roubou a cena. Passes precisos, gol, velocidade, força. Mas, de repente, deixou-se trair pela malandragem de querer enganar o árbitro. Malandragem que custou caro ao jogador e ao Ceará. Ele está fora da final. Duro castigo por um ato infeliz, embora ele tenha sido feliz na maior parte do jogo.
Bola de meia
Do querido Joseoly Moreira: "Eu estava na Fonte Nova na decisão Bahia x Ceará em 1959. No 2º jogo, o goleiro Harry Carey pegou até "pensamentos". No dia seguinte, os jornais noticiaram que ele estava nos planos de Bahia e Vitória. No 3º jogo, na hora da distribuição das camisas, Harry Carey disse ao técnico Astrogildo Nery que estava com forte dor na perna. Aí Astrogildo entregou a camisa nº 1 ao Gilvan Dias, que pegou até as "verdes". No dia seguinte, Gilvan era o preferido de Bahia e Vitória".