Tom Barros

Esperança e desalento

Vi torcedor do Fortaleza chateado, e muito, com a produção do time no empate com o Icasa, embora tenha conquistado a vaga na final do Campeonato Cearense. Motivo da chateação: o desalento por ver um time que em momentos se deixou envolver e dominar pelo Icasa. E só não tomou o gol porque a trave salvou. Verdade. Tudo bem. Aí vem a segunda parte: há os que mantêm a esperança no título estadual, principalmente pelo impulso da recente vitória tricolor sobre o Ceará, seu provável adversário na decisão. Aliás, vitória que quebrou velho tabu. Esses estados de espírito são comuns e variam de acordo com as circunstâncias. Mas é bom lembrar: reza a tradição que nas decisões Ceará x Fortaleza não há melhor nem pior: o resultado é sempre imprevisível.

Recordando

2005. E assim se passaram dez anos... A partir da esquerda: o atacante Valdir Papel, do Icasa, em conversa com o técnico Marcelo Vilar no Romeirão. Antes, em 2002, Valdir jogara pelo Ceará. Em 2006, Valdir Papel atuou pelo Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Em 2013, Valdir estava no Santa Cruz de Cuiarana, Salinópolis, Pará. Marcelo Vilar está no comando do Botafogo da Paraíba. Esteve aqui nas disputas da Copa do Nordeste.

Ausência

Por mais paradoxal que pareça, há jogadores que mais são notados quando ausentes. Caso de Daniel Sobralense no Fortaleza. Foi na sua ausência contra o Icasa que mais se viu como cai a qualidade nos momentos de definição, quer no trabalho de servir, quer quando ele mesmo faz a finalização. Sua presença nas finais do certame será fundamental.

Fim do complexo

Para acabar com os complexos do mata-mata, o Fortaleza superou mais um. A semifinal cearense foi um mata-mata que o Leão enfrentou. Ganhou em Juazeiro do Norte e empatou aqui. Fez o que lhe cabia. Agora é sepultar os complexos e entender que o mata-mata da Série C nacional nada tem de diferente desse que o Leão agora superou.

Preferência

Eu preferia o Sport para enfrentar o Ceará. Considero o time baiano mais perigoso. Além disso, a presença do técnico Sérgio Soares dá ao Bahia uma vantagem: Sérgio conhece nas entranhas o time alvinegro que ele ajudou a moldar. Boa parte do grupo de seu tempo ainda está no Ceará. Sérgio sabe as características dos que trabalharam com ele.

Tempo

Sérgio Soares chegou ao Ceará em agosto de 2013 e ficou até 22 de outubro de 2014. Deixou a equipe há pouco mais de cinco meses. No dia 22 de dezembro de 2014, dois meses depois de sair do Ceará, o Bahia contratou Sérgio. Lá ele vem fazendo convincente trabalho, culminando com a classificação do Bahia para a final da Copa do Nordeste.

Equilíbrio

Silas Pereira não sucedeu Sérgio Soares no Ceará. Ele assumiu após a saída de Dado Cavalcanti. Recebeu o elenco que fora treinado por Sérgio, mas que vinha da filosofia de Dado. Aí Silas passou a aplicar a sua maneira de trabalhar. Silas é mais equilíbrio entre defesa e ataque. Sérgio é mais ataque e, por isso mesmo, mais vulnerável na defesa. A não ser que tenha mudado.

Camisa amarela

Meus queridos amigos corais, não fiquem magoados comigo pela insistência com peço a volta do tradicional uniforme do Ferroviário. A camisa amarela (dourada como preferem alguns) tem cabimento apenas em momentos raros. Mas tenho visto o Ferrão usá-la em todos os jogos. É demais. Deveria ter ficado no âmbito da promoção como fato excepcional. Insistir com ela como uniforme principal é um atentado à tradição do clube. Pensem nisso. Basta de descaracterização!