Tom Barros

O golaço salvador 

O Fortaleza foi melhor nos dois tempos. Na fase inicial, só um pouco melhor, mas merecedor da vantagem (1 x 0), gol de Cássio. No segundo tempo, o Icasa subiu todo. O Fortaleza então poderia ter construído sem apertos a vitória definitiva. Abriu fartos espaços. O Leão teve a chance de matar o jogo, com chances oferecidas a Daniel, Pio e Everton. Todas desperdiçadas. Resultado: Leão tomou o empate, gol de Everton, e por instantes experimentou forte sufoco, apreensão. Eis que entrou em cena Lúcio Maranhão. Ante um Icasa todo no ataque, Marcelo Chamusca acertou ao colocar Lúcio. Com espaço à disposição ele poderia definir a situação. Não só definiu com o gol como o fez de forma genial no mais belo lance do jogo. Deixou o Fortaleza com a mão na vaga. Golaço salvador.

Importantes

No Fortaleza, Corrêa. Sim, a zaga do Icasa errou ao deixar livre Cássio no gol do Leão, mas a cobrança de Corrêa foi na medida. Dele também o passe preciso que Pio desperdiçou. Outro destaque Daniel Sobralense. Seus passes e habilidade geram opções no ataque. Excepcional desempenho teve Wanderson. Seu apoio pela esquerda atormentou a defesa do Verdão.

Concentração

O Icasa concentrou demais suas ações no ala Alan. Na fase final até o deslocou para o meio. Ele criou boas situações e foi um dos destaques, mas a diversificação teria dificultado a marcação. Dele, Alan, o lance que deixou Núbio Flávio em condições de marcar. Chance única do artilheiro. O time cresceu com Guídio e Batata, mas faltou algo mais.

Recordando

29.12.2000. Há 15 anos. A partir da esquerda: os saudosos doutor José de Arimatéia Santos e Mestre Hélio Guedes. Arimatéia foi diretor do Grupo Edson Queiroz, ao qual dedicou 50 anos de sua brilhante vida profissional. Foi também compositor, amante da música. Deixou belas obras sociais em Guanacés. Mestre Hélio, aviador, industrial, boêmio, também amante da música. Criou a inesquecível Mansão dos Inocentes. Haja saudade!

Deu para o gasto

O Ceará fez a sua parte em Juazeiro. Ganhou do Guarani, 1 x 0, gol de Assisinho. Mas a qualidade do futebol mostrada pelo Vozão esteve abaixo do que poderia produzir, mesmo sem Magno Alves. Faltaram mais vontade e velocidade. No primeiro tempo, foi de uma preguiça insuportável. No segundo, melhorou um pouco.

Limitações

Desde o início ficou patente que o Guarani reconhecia a superioridade do Ceará. Por isso ficou todo atrás. Assim, durante todo o jogo, poucas vezes chegou com perigo ao ataque. E, por mais paradoxal que pareça, esperança de gol apenas nas conclusões de Moré. Com um detalhe: Moré só entrou aos 40 minutos do primeiro tempo. 

Vontade

Quem tornou o Ceará mais vivo, mais voluntarioso, cuidando de imprimir melhor ritmo foi o atacante Marinho que entrou no segundo tempo. Por seu esforço tentou pôr um fim na letargia que tomava conta de todos. Honestamente, nem parecia uma disputa de semifinal do Campeonato. E observem que o time titular do Ceará fora poupado do jogo pela Copa do Brasil.

Golaços. Ultimamente poucos os gols oriundos de conclusões geniais. Ontem, no Romeirão, o golaço de Lúcio Maranhão. E sábado, no PV, na Vitória do Ferroviário sobre o Crato (2 x 0), o gol de Harrison, o segundo do Ferrão, a todos encantou pela esperteza na percepção, precioso cálculo na execução e arte pura no complemento. Com um toque sutil Harrison tirou de tempo o goleiro do Crato. Cobertura perfeita. Trouxe-me à lembrança o baixinho Clodoaldo, useiro e vezeiro na marcação de gols assim.