O tempo mudou
Hoje, Quinta-Feira Santa, data importante do calendário litúrgico católico, que comemora a instituição da eucaristia. Quando iniciei minha profissão de radialista, em 1965 na Rádio Uirapuru, a Semana Santa era de total recolhimento espiritual. Nem pensar em programar futebol para um dia santificado como o de hoje. As músicas levadas ao ar nesse período eram selecionadas, predominando as de estilo clássico. O comércio fechava. Quem ousaria programar sequer treinos de times de futebol, ainda que houvesse jogo decisivo marcado para o Domingo da Ressurreição? Ninguém. Nos tempos atuais, nem pausa para meditação há. Vale tudo: bebida, música profana, excessos. O mundo mudou. E como mudou. Para pior, claro. Taí bom mote para reflexão.
Semifinal
Passada a estreia de Ceará e Fortaleza na Copa do Brasil, concentração agora nas semifinais do "estadual". O Ceará, que poupou quase toda a equipe titular no jogo de ontem, pinta de favorito diante do Guarani. A diferença de qualidade dos elencos é muito grande a favor do Ceará, mas o Guarani aposta nas surpresas que o futebol não raro oferece.
Dois polos
Juazeiro do Norte há se transformado mesmo no segundo polo de maior importância do futebol cearense. Mais uma vez a Capital e o Cariri disputam as vagas na grande final. O Icasa, pela tradição, é o time do interior que neste mister mais vezes participou da decisão. O Guarani de Juazeiro uma vez e o Guarany de Sobral também uma vez.
Recordando
06 de janeiro de 2006. Estádio do Junco em Sobral. O técnico do Guarany, Paulo Jorge Zagallo, de boné branco, orienta o goleiro do Bugre, quando de um exercício preparatório para a estreia do time no Campeonato Cearense naquele ano. Paulo Zagallo é filho do Zagallo que como jogador foi bicampeão mundial (1958/1962) e como técnico ganhou o tricampeonato mundial pela Canarinho em 1970 no México.
Finais
O Icasa disputou seis finais: 1993, 1995, 1999 (com o nome de Juazeiro), 2005, 2007 e 2008). O Guarani de Juazeiro disputou a final de 2011. O Guarany de Sobral disputou a final de 2013. Todos conseguiram apenas o vice-campeonato. Continua o desafio para ver qual time do interior conseguirá em campo o título estadual.
É festa!
Este 2 de abril é festa de aniversário para muitos amigos: Calvino Pereira, que recebe homenagens da OAB, onde trabalha há mais de 50 anos. É festa para os jornalistas José Nicolau e Chico Alves Maia. É festa para Ivanildo, operador de áudio da TV Diário e da TV Verdes Mares. É festa para Zilmar e Dona Iolanda na Rua Costa Sousa. É festa!
Soldado alvinegro
Dimas Filgueiras, uma história, uma vida no Ceará. Em campo e fora de campo ninguém até hoje deu ao Ceará o que ele deu: títulos e mais títulos, inclusive o maior que o Ceará conquistou em competições nacionais: vice da Copa do Brasil de 1994. Dimas que a torcida aplaude e respeita há mais de quarenta anos. Dimas e Ceará, fusão de imagens sempre.
Difícil entender. Imaginei indissolúvel a relação Ceará/Dimas. Imutável. Uma espécie de "até que a morte os separe". Dimas, o mais autêntico soldado alvinegro, nos campos de batalha do futebol sempre pelo Ceará ofereceu "sangue, suor e lágrimas". Em Porangabuçu não há quem mais fiel, mais leal. O Ceará também deu a Dimas todas as chances de crescimento profissional. Doações recíprocas. Por que então separá-los? Como diz Lupicínio: "Esses moços, pobres moços, ah se soubessem o que eu sei"...