Tom Barros

Desserviço ao futebol

Até agora nada escrevi sobre a decisão que excluiu do Campeonato Cearense o Fortaleza. Optei pelo silêncio para não exteriorizar o menosprezo que sinto por quem prestou esse desserviço ao futebol. Até agora optei pelo silêncio para não estragar palavras com bobos coitados. Mas tudo tem um limite. Meu limite acabou ante a burrice de gente que posa com anel de doutor, mas incapaz de interpretar corretamente um texto jurídico de dez linhas. Gente que se diz formada em Direito, curso superior, mas limitada pela curta ou nenhuma inteligência. Lamento que, em detrimento dos muitos que lutam pela grandeza do futebol cearense, se sobreponha a burlesca postura de quem, dos assentos dos tribunais desportivos, anuncia as mais absurdas e descabidas decisões.

Recordando

Ferroviário ainda quando dividia com Ceará e Fortaleza as honras de integrar o bloco dos três grandes da primeira divisão. Na foto batida no dia 26 de janeiro de 2006, no Aeroporto Pinto Martins, a chegada de quatro reforços para o time coral. A partir da esquerda: Adinan, Leandro Cacique, Everton e Rodrigo. Confesso que não lembro da passagem desses atletas pelo Ferrão. Deve ter sido efêmera. De qualquer forma está aí o registro.

Questões

Brincadeira tem hora. Uma coisa é deliberar sobre matérias insignificantes. Outra, bem diferente, é decidir sobre questões de elevada significação, que envolvem o destino de instituições quase seculares. Na Justiça Comum há juízos de pequenas causas destinados às questões mais simples e de valor menor. Assim também deveria ser na Justiça Desportiva.

Outro patamar

Um caso complexo como este que envolveu o Fortaleza só poderia ser julgado por profissionais que tivessem, além do saber jurídico, capacidade de discernir, equilíbrio emocional e distanciamento total das veladas paixões do esporte. A decisão de excluir o Fortaleza demonstrou que os julgadores ficaram longe das qualidades desejáveis. Lamentável.

Altivez

Conheci o TJD na época de homens que, pela conduta ilibada, sensatez, isenção, inteligência e equilíbrio, honraram a Casa. Dentre outros, nomes como Tiago Otacílio de Alfeu, Evado Ponte e Agamenon da Frota Leitão que deram ao TJD altivez e credibilidade. Senhores, não enodoem agora o que esses homens probos construíram.

Judô de luto

Morreu ontem o professor de judô Antonio Lima Filho, que fez história no judô cearense. Foi ele que introduziu essa modalidade de esporte no Ceará. Com viagens ao Japão, onde aprimorava conhecimentos, Antonio Lima sempre esteve na vanguarda dos ensinamentos. A ele as homenagens póstumas. Ficam o legado e a saudade.

Lições

Ernando Uchoa Lima Sobrinho com dignidade presidiu o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol em 2009 e 2010. Zelou pela boa fama da casa. Sábias as decisões tomadas na sua época. Deixou lições de lisura e isenção que todos os atuais membros do TJDF deveriam ter tomado como exemplo. Ernando ficou muito decepcionado com a atual decisão.

Selecionadas

Amanhã (11hs em Londres) amistoso Brasil x Chile. De 1916 a 2014, 69 jogos entre as seleções principais (48 vitórias do Brasil, 14 empates e sete vitórias do Chile). O Brasil marcou 160 gols (um por punição da Fifa ao Chile nas eliminatórias da Copa de 1990); o Chile marcou 59. Ranking da Fifa: Brasil 6º; Chile 15º. Dos atuais convocados, sete atuaram no último jogo com o Chile (Copa 2014): Tiago Silva, Marcelo, Fernandinho, Luís Gustavo, Oscar, Willian e Neymar. (Dados de Airton Fontenele).