Tom Barros

tom@diariodonordeste.com.br

Ecos do clássico

Desta vez o Ceará foi melhor, muito melhor, que o Fortaleza. O número de finalizações e bolas na trava, além do gol de William, são provas de um Ceará mais ofensivo. O alvinegro quis mais e soube buscar, com insistência e persistência, a vitória pretendida. Sandro Manuel, Uillian Correia, Ricardinho e Marcos Aurélio assumiam o controle do jogo. No Fortaleza, nem o potencial de Corrêa conseguiu levar a um melhor ritmo Dudu Cearense, Vinícius Hess e Samuel. E assim o Ceará se estabeleceu. A rigor, o placar deveria ter sido definido logo no primeiro tempo, onde o goleiro do Ceará, Luiz Carlos, foi mero contemplador do clássico. O técnico Nedo Xavier recebeu de volta o que aplicara no clássico anterior: um nó do qual não conseguiu sair em nenhum momento.

Recordando

Na pesquisa feita pelo Debate Bola (TV Diário) de sábado, ninguém acertou o nome do centroavante da Seleção Brasileira que aí aparece na foto. A partir da esquerda (em pé): Fidéliz, Zito, Bellini, Gilmar, Orlando e Paulo Henrique. Na mesma ordem (agachados): Jairzinho, Gerson, Servílio, Pelé e Amarildo. Só mesmo o pesquisador Airton Fontenele tinha todos os detalhes sobre Servílio. Mas o Airton sabe demais. Ele fica fora do concurso.

Surpresa

Até mesmo o mais desatento torcedor percebia a diferença de velocidade entre a proposta do Ceará e a resposta do Fortaleza. A surpresa que o Leão quis aplicar, com a entrada de Lúcio Maranhão, terminou não produzindo o efeito desejado. Lúcio vinha de contusão e sentiu a falta de ritmo. Pior para o jovem Uillian que substituiu Cassiano.

Opções

O clássico, com entrada de início de Sandro Manuel no posto de João Marcos, deu ao técnico Silas Pereira a oportunidade de avaliar a mudança na meia-cancha alvinegra. Sabe agora que conta com uma opção eficiente no setor. Além do próprio João, Sandro provou que está mais do que pronto para futuras eventualidades. Salutar disputa interna pela posição.

Contraste

No Romeirão, máxime no primeiro tempo, uma diferença abismal: o Guarani dominando o jogo e o Icasa fazendo gols. O Guarani desperdiçou todas; Verdão todas aproveitou. A goleada aplicada pelo Verdão (3 x 0) não retratou o que foi o jogo onde Bugre foi melhor. Coisas do futebol. Agora o Icasa é líder. Saber fazer gol também é mérito que define.

Goleada

O Quixadá aplicou 4 a 1 no Maranguape. Não sei bem o que há com o time de Mastrilo Veiga. De grande surpresa, inclusive dando muito trabalho aos chamados grandes, vem agora num sequência de insucessos. Inexplicável queda de produção. Já o Quixadá fez a festa e retoma as esperanças, apesar também de suas oscilações.

Passe admirável

Magno, sempre Magno, a fazer a diferença. Ele já mandara uma bomba no travessão tricolor no primeiro tempo. Ele já provara o quanto sua presença incomodava a zaga do Leão. Mas resumo a importância de suas ações no passe para William fazer 1 a 0: sutil, na medida milimetricamente calculada, como quem diz toma e faz. William fez. Que coisa!

Tradição

Fui surpreendido com o novo uniforme do Ferroviário. No lugar da camisa tradicional, uma camisa dourada que nada tem a ver com história do clube. E mais: uma estreia anêmica, muito ruim. O Tiradentes mereceu a vitória por 2 a 0. Quero acreditar que esse uniforme será tão transitório quanto foi um horrível azul que o Santos usou, quanto um espalhafatoso que o Vasco da Gama também usou ou um dourada que o Ceará vez por outra ainda usa. Invencionices insuportáveis que graças a Deus não prosperam. Espero que logo, logo, o Ferroviário deixe de lado a inoportuna ideia que agride a tradição coral. Foi de um mau gosto muito grande. Pior é que o time também amarelou em campo.