Tom Barros

Situações diferentes

Daquele empate (1 x 1) pela Copa do Nordeste no dia 4 de fevereiro deste ano até hoje, houve mudanças pontuais entre alvinegros e tricolores. O Ceará demitiu o técnico Dado Cavalcante e contratou Silas Pereira. O Fortaleza chegou a anunciar a demissão de Nedo Xavier, mas recuou. Nedo balançou, mas não caiu. E, por incrível que pareça, estabilizou-se no cargo justo nesse empate. É que seu time foi melhor na maior parte do jogo. Hoje o cenário não é o mesmo. O Fortaleza tem problemas pela contusão de jogadores importantes como Daniel Sobralense e Lúcio Maranhão. O Ceará terá a volta de Ullian Correia e Charles, embora João Marcos, suspenso pelo terceiro amarelo, esteja fora do jogo. Situações diferentes, mas de consequências tão imprevisíveis quanto às do clássico passado.

Recordando

1959. Madrid. Visita do Botafogo/RJ à Espanha. A partir da esquerda: Garrincha, Vavá e Didi, que tinham sido juntos campeões mundiais pela Seleção Brasileira em 1958 na Suécia. Depois da Copa, Vavá foi vendido para o Atlético de Madrid. Vavá, já com o uniforme do Atlético, aí está entre os dois jogadores do time da estrela solitária. Vavá morreu no dia 19 de janeiro de 2002, aos 67 anos. Foto enviada por Elcias Ferreira.

Destaque

No Fortaleza 1 x 1 Ceará passado o maior destaque foi o volante Corrêa. Deu as cartas. Marcou, distribuiu o jogo, ditou o ritmo da partida. Hoje, até pelo que houve no clássico anterior, certamente ele estará na mira dos alvinegros. Claro que não fez tudo sozinho, mais foi o grande maestro de uma das melhores apresentações que o Fortaleza fez este ano.

Fora

João Marcos é um dos mais regulares jogadores do Ceará. Ultimamente, porém, não vinha bem nas antecipações e por isso mesmo apelava para jogadas mais ríspidas, visando a conter os adversários. Por isso mesmo completou a série de cartões. Corre o risco de ser superado na posição por Sandro Manuel que já vinha lhe fazendo sombra há algum tempo.

Podem melhorar

Tiago Cametá tem muito mais futebol do que o que vem mostrando no Ceará. Hora de se soltar mais. /// No Fortaleza Dudu Cearense igualmente tem muito mais a oferecer. Dele a torcida tricolor espera que faça a diferença./// Centroavante William, do Ceará, ainda não repetiu o padrão de futebol que o fez ídolo no Leão. Quem sabe amanhã...

Aos jovens

É nos clássicos que a consagração acontece. Jovem que brilha num clássico demonstra personalidade e força mental para grandes desafios. Recado a Robinho, do Ceará, e a Ullian do Fortaleza. Se tiverem chance, saibam aproveitar o cavalo selado. Ele só passa um vez. Quem perde sua passagem tão cedo não terá outra chance igual.

Goleador

Quem mais cresceu de produção no período foi Assisinho. Confirmou sua vocação de goleador e acabou com a bobagem de quem alardeava que jogadores vindos do Fortaleza não davam certo no Ceará. Agora é ver como ele responderá diante do seu ex-clube e da torcida tricolor. No empate, em fevereiro, Assis teve desempenho apenas razoável.

Coração

O técnico Silas Pereira terá pela primeira vez a experiência de dirigir o Ceará num clássico diante do Fortaleza. Ele já vivenciou outros clássicos assim, mas quando há alguns anos comandava o Fortaleza. De Silas ouvi declarações importantes. Numa delas, rasgados elogios ao Magno Alves pelo comportamento desse atleta como profissional e como homem. Na outra a convicção de quem viveu em campo clássicos nacionais e internacionais: "Ganhará quem se doar mais, de coração".