Tom Barros

A bola vai rolar do jeito cearense, à moda da casa

Vitória dos resistentes. Campeonato Cearense 2015 vivo, pronto para a largada. Mais uma vez superou a pérfida vontade dos que pugnam por sua extinção. E já agora, a seu modo, envolve os torcedores numa animadora expectativa. Os contrários à realização do certame alegam que não há competições assim em outros países. Ora, amigos, a maioria dos outros países não cabe sequer nas dimensões do Estado do Ceará. Não há, pois, como comparar situações tão diferentes. Daí o argumento mais consistente das vozes que se apoiam na memória, na história e na tradição. Como imaginar o Castelão de hoje sem passar pelo Campo do Passeio Público? Como passar pelo modernizado PV sem lembrar o velho Campo do Prado? Como imaginar o atual Campeonato Brasileiro, nas suas diversas categorias, sem passar pelas origens das disputas paroquiais? Há uma sequência de fatos, que passa de geração a geração, num constante processo de aperfeiçoamento. Há alguns anos os campeonatos estaduais tinham a visibilidade limitada às praças esportivas, restrita ao público presente. Hoje, vitrine nacional porque mostrados ao vivo pela televisão para todo o Brasil. Mesmo com a divulgação ampliada, ainda é notória a pressão de entes, alguns identificados, outros anônimos, no sentido de reduzir a nada o que foi o embrião de tudo o que aí está. Se pudessem, essas forças do mal transformariam num "torneio início", de um só dia, o que hoje a contragosto ainda admitem de três meses. Mas, para sufocar os oponentes, prevejo um campeonato forte pela aplicação dos clubes e pulsante pela força das torcidas. E mais: rivalidade qualificada pelo nível e voluntariedade dos atletas. Assim como na Copa do Mundo 2014 ficou provado que as seleções menores evoluíram a ponto de incomodar as chamadas grandes potências (a Costa Rica que o diga), assim também os times mais modestos como Maranguape, São Benedito e Itapipoca poderão surpreender os favoritos. As transmissões permanentes dos campeonatos europeus pelas redes de televisão e a globalização serviram e servem de escola, num aprendizado permanente, crescente e convincente. Já não há mais os times ingênuos como os das décadas passadas. Os inocentes de outrora cederam lugar aos escolados de hoje, dentro e fora nas quatro linhas. Por essa perceptível evolução, já há quem admita até a quebra do tabu de nunca um time do interior ter conquistado em campo o título de campeão cearense. Não duvidem das equipes de Sobral e Juazeiro do Norte, dois polos de desenvolvimento aptos a emulações mais fortes. A bola vai rolar do jeito cearense, à moda da casa. Portanto, vitória antecipada dos resistentes, ou seja, dos que defendem os campeonatos estaduais. E aí está o Campeonato Cearense, vivo, pronto para largada.

Para sufocar os oponentes, prevejo um campeonato forte pela aplicação dos clubes e pulsante pela força das torcidas