Tom Barros

Nada de sensacionalismo

Houve um tempo em que os clubes cearenses tinham a obrigação de, a cada ano, anunciar contratações bombásticas. Se assim não fosse, críticas viriam em profusão. Dependendo da situação, os locutores bradavam: "Bomba! bomba! bomba! Traque! Traque! Traque! Essas bobagens cederam lugar a uma nova realidade. Nada de sensacionalismo. Há contratações importantes, sim, mas num patamar normal. Longe o fator extraordinário próprio apenas dos grandes astros. Neymar, Cristiano Ronaldo, Messi, Schweinsteiger, Ribéry estão na Europa. Aqui, o nosso feijão com arroz. Nem por isso deixamos de valorizar o que o futebol cearense tem. Nenhum complexo de inferioridade. Sabemos de nossas limitações. Mas sabemos também de nossos méritos. E não são poucos.

Recordando

1997. Lançamento do livro "O Brasil de Todas as Copas" no BNB Clube. A partir da esquerda: Airton Fontenele, Júlio Carlos Sampaio, Valdir Queiroz Sampaio, Luiz Geraldo Miranda Leão e o saudoso Belarmino Maia. Detalhe: Belarmino Maia morreu no dia 13 de dezembro do ano passado. Foi colaborador da coluna, máxime quando o assunto era o Calouros do Ar. Tenho muito respeito e admiração também pelo irmão dele, jornalista Fernando Maia.

Critérios

Fico feliz ao ver que, pelo menos no momento, o foco das contratações deixou de ser o interior de São Paulo, que já foi o alvo preferido dos dirigentes cearenses. Agora os estados vizinhos foram melhor observados. Aliás essa política, predominante nas décadas de 1950 e 1960, fora esquecida nas décadas seguintes. Já agora é retomada oportunamente.

Time inteiro

Nada contra São Paulo, estado que admiro pelo que representa de progresso em todos os segmentos. O que me incomodava era ver o futebol cearense refém de esquemas que concentravam tudo no interior paulista. Chegou a uma submissão tal que o Ceará contratou quase todo o time do Rio Branco de Americana/SP para disputar a reta final do Campeonato Cearense de 1998.

Intercâmbio

Manter relações com o Sul e o Sudeste, centros reconhecidamente mais avançados, é bom, desde que na medida certa. Tudo dependerá do critério. Se para dar chance a talentosos jovens que buscam afirmação, ótimo; se para desova de jogadores complicados, nada feito. Os times cearenses já tomaram muitos balões assim...

Vendaval

Observem o cenário econômico brasileiro. Só se fala em arrojo, contenção de gastos. Assim devem fazer também os dirigentes de times de futebol. A "farra" de salários elevados, fora da realidade, tem de chegar ao fim. Logo se tornará insolvente o time que não cuidar disso. Como diz Paulinho da Viola: "Dinheiro na mão é vendaval".

De volta

Hoje, às 11 horas, no "A Grande Jogada" (TV Diário), o retorno de Sebastião Belmino, após viagem de férias. É o Bel com suas irreverências, improvisações, simpatia, empatia, enfim, um apresentador que foge dos padrões engessados, presos a gestos estudados e mecânicos. Sebastião Belmino é espontaneidade sempre.

Esteira da nasa

No "Esporte Espetacular" uma reportagem sobre Cristiano Ronaldo mostrou que até tecnologia desenvolvida para os astronautas da Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço dos Estados Unidos) estava sendo usada na preparação física do atleta. Colocaram isso como algo exclusivo. Ora, tal tecnologia já existe no Ceará, único Estado do Nordeste que importou essa esteira. Mostrei no Debate Bola (TV Diário) numa entrevista com Epifânio Gonçalves e Cleide Amador.