Tom Barros

Recordando

Respeito às tradições

Aqui, destes meus 67 anos de idade, não sou contra a modernidade. Jamais seria. Mas sou defensor intransigente do respeito às tradições. Fico feliz ao ver que as autoridades voltam os olhares para o Ginásio Paulo Sarasate. Ótimo. Querem deixá-lo padrão primeiro mundo. Só espero que não mudem seu nome para "Arena PS". Basta ter que suportar o modismo de "Arena Castelão". Graças a Deus não vejo os cariocas chamando de "Arena Maracanã" o que já foi o maior estádio do mundo. Ainda bem não vejo os brasilienses chamando de Arena Nacional, como queria a Fifa, o Estádio Mané Garrincha. Estou do lado dos que conservam os nomes originais. Só falta agora alguém propor que passem a chamar de "Arena PV" o velho/novo estádio da Gentilândia.

Tradição

Decepcionei-me com os europeus e mais ainda com os britânicos que um dia imaginei respeitadores da memória. Os ingleses demoliram sem pudor Wembley, palco da final da Copa de 1966. Como sinal de respeito ao passado, prometeram conservar as duas torres. Nada. Derrubaram tudo. É a vida. Pelo menos não chamam de "Arena Wembley".

Na Suécia

O Estádio Rasunda, em Estocolmo, foi palco da final Suécia 2 x 5 Brasil na Copa de 1958. Virou templo intocável. Os anos passaram. Os suecos desprezaram a memória. Em 2012, o estádio foi demolido. No local estão sendo construídos blocos de apartamento e escritório. Na demolição, os saudosistas levaram para casa pedaços do estádio como recordação.

Recordando

Reforma do PV na década de 1950. O terceiro, a partir da esquerda, é o médico Abner Brígido Costa, famoso doutor Bié, então presidente da Federação Cearense de Desportos, hoje FCF. Observem que o estádio tinha ainda arquibancadas de madeira. Na época houve a substituição pelos lances de concreto. À esquerda, a frondosa mangueira que lá permanece até hoje. (Arquivo de Airton Fontenele).

Temas

Faço meditação sobre temas que possam agradar o leitor, máxime nestes tempos sem gols, sem lances, sem disputas oficiais. Não há um só que empolgue. Contratações simples, dívidas dos clubes, treinos sem os profissionais que estão de férias. Dolorosa espera de quem está como agricultores em tempo de seca. Tempo árido, gente.

Corrida

Enquanto o calendário do futebol marca o retorno da bola rolando para 14 de janeiro de 2015, chamo a atenção para os encantos da competição no mar. Domingo próximo, dia 21, o encerramento do Circuito de Jangada deste ano. A regada será na enseada do Mucuripe. Tem transmissão ao vivo pela TV Diário. Tradição mantida.

O professor

Em setembro de 2011, o então titular da Secel, Evaldo Lima, hoje vereador, festejou a reabertura do PV. Ele foi um baluarte à frente da obra. Apesar das modificações em vários setores, manteve intacta a entrada do PV. E no salão principal colocou painéis que mostram fotos e vídeos do estádio desde 1941, ano de sua inauguração, aos dias de hoje. Sensibilidade é isso.

Reparos. Quem escreve pode num descuido cometer erro de português. Há leitores que fazem o reparo. João Lobo socorreu-me. Luiz Eduardo, meu ex-professor de língua portuguesa na UFC, também me corrige. Agora, um fato verídico: Colombo Sá era editor do Correio do Ceará. Houve um erro na manchete. O saudoso superintendente do jornal, Manuel Eduardo Campos, reclamou. Colombo, sem perder o bom humor, disse: "Não se preocupe, doutor Manuelito. Nosso leitor é inteligente. Ele corrige".