Tom Barros

Desilusão derradeira

Não adianta chorar a desclassificação do Ceará, mas adianta tirar dela lições para 2015; não adianta buscar culpados pelo fracasso, mas adianta buscar quem do fracasso saiu ileso; não adianta criticar as contratações erradas, mas adianta repensar as próximas contratações; não adianta lamentar a carrada de gols sofridos, mas adianta estudar como fazer para fechar a avenida; não adianta comparar o primeiro turno, onde tudo deu certo, com o segundo turno, onde tudo andou mal, mas adianta descobrir como preparar um time capaz de ir bem nos dois turnos da competição; não adianta parar no tempo, tentando entender a brutal queda de produção, mas adiante adianta-se no tempo para fazer a devida correção de rumo. Assim, talvez, seja possível evitar nova desilusão.

Recordando

1958. Pelé olha a sua imagem no painel do Maracanã em homenagem à conquista da Seleção Brasileira, campeã na Copa da Suécia. Pelé teve participação destacada, marcando seis gols: um no País de Gales, três na França e dois na Suécia. Ele estreou na Copa no dia 15 de junho de 1958, às 19 horas, diante da então União Soviética, no Estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo, Suécia. O Brasil ganhou (2 x 0), dois gols de Vavá.

Dignidade

Na despedida, o rebaixado Icasa revestiu-se de dignidade e acabou com todas as suspeitas de que dispensara dez atletas para amolecer o jogo diante do Boa. E ganhou um jogo emocionante. E provou que, mesmo enfrentando graves problemas financeiros e internos, era composto por homens de bem, de caráter, merecedores de todo o respeito.

Precipitação

A bela vitória do Icasa o salvou de maldosas interpretações. Mas ficou para o diretor Emerson Maranhão uma importante lição: de outra vez, nada de precipitações. Não teria custado nada esperar mais cinco dias para promover os cortes. Se o Icasa tivesse perdido para o Boa, seria difícil provar que não houvera abertura. Emerson correu desnecessário risco.

Destino tricolor

Ontem à noite, no Debate Bola (TV Dário), os candidatos à presidência do Fortaleza, Estevão Romcy, Jorge Mota e Sílvio Carlos, tiveram a última oportunidade para expor com clareza, numa emissora de televisão, os projetos que têm para o Leão 2015. Hoje, no Pici, caberá aos eleitores a definição dos rumos do Fortaleza.

Responsabilidade

Até o pleito passado, só os conselheiros escolhiam os mandatários do Fortaleza. Hoje, a responsabilidade será dividida com os sócios-torcedores que têm direito a voto. Portanto, ampliou-se o leque de avaliação. Esse fato, além de tornar a disputa mais democrática, representará também maior cobrança ao futuro presidente.

União

O conselheiro Adailton Campelo é defensor da união de todas as alas existentes no Fortaleza. Retirou sua candidatura à presidência do clube, mas sua voz é muito respeitada e ouvida entre os tricolores. Adailton é um diplomata. Sempre pugnou pela concórdia no plano interno do Leão. De sua vontade, haveria chapa única. Pensamento influente no pleito de hoje.

Exemplos marcantes

Fui buscar na história do Fortaleza, nomes que marcaram a cadeira presidencial, já pela doação e desprendimento. Homens que fizeram do cargo devoção ao clube, exercendo o mandato com verdadeira dedicação sacerdotal. Nesta parte, cito três: coronel Mozart Gomes, Otoni Diniz e Ney Rebouças. Mas não poderia deixar de mencionar Alcides Santos, fundador do Fortaleza, que doou ao clube o campo do Alagadiço, perto de onde hoje está a Igreja de São Gerardo.