Tom Barros

Agora só "milagre"

Série B, última rodada. Últimas esperanças. E desesperanças. Ceará a depender de terceiros. Só mesmo um milagre ou melhor, vários milagres ao mesmo tempo, em locais diferentes, para colocar o Vozão no G-4. O alvinegro de Porangabuçu abusou de chutar as oportunidades. Não pode reclamar da sorte que tantas vezes o bafejou. A rigor, temos de admitir que a sorte vestiu muitas vezes a camisa do Ceará, mas este a desprezou. Assim no PV, assim no Castelão. Agora fica o Ceará nas mãos de Icasa, Santa Cruz, Vasco da Gama e Sampaio Correia. E ainda terá de fazer a parte que lhe toca: ganhar do Luverdense (14º), em Lucas do Rio Verde, no Estádio Passo das Emas. A propósito, outro terá de ser o passo do Ceará. O das emas ele usou em muitos jogos, lento, quase parando. Deu no que deu.

Incrível

Que diferença entre o Vasco (3º), já classificado, e o Icasa (18º), rebaixado? Nenhuma. No Maracanã, diante de 56.334 torcedores, o Icasa por pouco não adiou o sonho do Vasco. Chance para vencer o Verdão teve no final. Foi incrível ver assim o Icasa perder a vaga na Série B nacional. Tinha time para permanecer, mas os problemas fora de campo foram demais.

Dignidade

Quero ressaltar aqui a dignidade do Verdão. Seus jogadores, embora insatisfeitos pelos atrasos salariais e por acordos não cumpridos, fizeram "greve branca" nos ensaios, mas na hora do jogo, para valer, todos souberam ter a dignidade de um luta permanente. Daí, pois, os elogios. O modesto Icasa agigantou-se no Maraca. E fez bonito.

Turbulências

Domingo, 16/11, na TV Diário, o debate entre os candidatos à presidência tricolor foi conduzido num clima de respeito coletivo, sugerindo que a campanha seria sem turbulências até o fim. Mas a contundente entrevista do presidente Osmar Baquit, com acusações variadas, agitou os bastidores. Muita coisa ainda poderá acontecer.

Fatos novos

Eleição é momento. Os efeitos de um fato junto aos eleitores tem tudo a ver com o tempo da denúncia. Se um dia antes do pleito, a repercussão nas urnas é uma; se muitos dias antes, como no caso das feitas por Baquit, a repercussão é outra. Agora, como a eleição tem a participação do sócio-torcedor, a avaliação torna-se muito crítica.

Discreto

Longe da mídia, evitando entrevistas, o ex-presidente do Fortaleza, Ribamar Bezerra, optou por não se envolver em polêmicas. Basta uma declaração mal interpretada para gerar mil questionamentos. Pelo visto, o ex-presidente, empresário e jornalista adotou o velho ditado: em boca fechada não entra mosca. Resta saber se continuará colaborando na próxima gestão.