Tom Barros

Loucuras no microfone

Nestes meus 49 anos de batente já escutei de tudo. Palavras e inconveniências ditas nos microfones da vida. Um perigo. A emoção pode trair o profissional de comunicação, por mais profissional que seja. E quando se trata de locutor-torcedor, repórter-torcedor, comentarista-torcedor, Deus meu... Há quem leve para o microfone descabidos exageros. Quem não lembra o narrador argentino que usou até a figura do Papa Francisco, também argentino, para ornamentar o gol de Messi na Copa do Mundo aqui no Brasil? Pior foi a postura do narrador da Rádio Globo/RJ, Luiz Penido. Precipitado, logo na fase inicial achou de classificar o Flamengo no jogo com o Atlético/MG. A mancada do ano. O Atlético virou, ganhou a vaga e deixou Penido em maus lençóis.

Recordando

Ano 2000. Uma das formações do Fortaleza naquela temporada. A partir da esquerda, só os jogadores (em pé): Bimba, Davi, Albéris, Alberto e Salvino. Na mesma ordem (agachados): Valdir, Gilmar Pagoto, Ronaldo Marques, Arturzinho, Alves e Racinha. Desse grupo, Salvino ainda hoje permanece no Pici, onde exerce com muita competência a função de treinador de goleiros. Vez por outra vejo Alves. (Acervo de Elcias Ferreira).

Exageros

A história do rádio brasileiro contempla episódios inaceitáveis, já pela imparcialidade. Assim, na década de 1950, até mesmo nomes famosos como o narrador Ary Barroso - sim o grande Ary da Aquarela do Brasil - deixaram-se dominar pela paixão clubística. E, coincidência ou não, pelo mesmo Flamengo que levou Penido à gozação pública.

Ridículo

Coloco-me no papel de ouvinte. Dói escutar cronista esportivo que deixa de lado a imparcialidade e opta por vestir a camisa do clube de sua preferência. Fim da credibilidade. Lamento ver aceita no Brasil uma prática que depõe contra a decência do rádio: a identificação das emissoras de rádio e TV com este ou aquele clube. Aí zera a neutralidade que deveria existir.

Missão

Ignorando o que fazem os times que também fogem da zona maldita, o Icasa tem de realizar a sua parte: ganhar hoje do América/MG; e depois ganhar do América/RN; e depois ganhar do Paraná; e depois ganhar do Vasco; e depois ganhar do Boa; e depois sair para a galera; e depois sair para o Abraço. Difícil? Sim. Impossível? Não.

Palestra-Itália

O centenário Palmeiras (fundado em 26.08.1914), ex-Palestra Itália, fez aqui no Campo do Prado, em 1938, histórica temporada. Bateu no Ceará (5 x 1), no Estrela do Mar (2 x 0), no Maguari (5 x 1) e na Seleção Cearense (2 x 1). Trouxe seus atletas da seleção brasileira, dentre eles, o goleiro Jurandir, Feitiço e Luisinho. (Dados de Airton Fontenele).

Tudo a ver

O coordenador técnico do sub-17 do Fortaleza, Jorge Veras, tem todas as razões para comemorar o título de campeão cearense 2014, da categoria. A revelação de valores promovida por Jorge Veras tem tudo a ver com o futuro do Fortaleza, desde que não seja permitida a "venda" de jogadores ainda nos cueiros, problema enfrentado por todos os times formadores de atletas.

Controle da violência

No Brasil os clubes ainda enfrentam sério problema: pagar os prejuízos que as "desorganizadas" promovem nos estádios. Taí mais uma vez a situação do Fortaleza, após os estragos no Castelão ao término do jogo em que foi eliminado pelo Macaé. Na Europa, autoridades do setor de segurança conseguiram extinguir o problema. Lá os jogos, inclusive clássicos, acontecem em paz. Aqui, a incompetência do sistema de segurança transfere a culpa para o clube. Um absurdo.