Tom Barros

Travas e Cadeados

O Ceará terá hoje em Varginha, Minas Gerais, sua derradeira oportunidade de empreender reação capaz de levá-lo e, mais que isso, sustentá-lo no G-4. Em três momentos consecutivas, experimentou situação favorável à retomada, mas fracassou. Logo mais, ante os mistérios do "choque de gestão" do PC, abre-se forte expectativa de mudança para melhor, embora inúmeras sejam as dúvidas. A maior delas: o que poderá render a meia-cancha sem João Marcos e Ricardinho, não apenas na função de criar, mas principalmente na de marcar. O desafio de PC Gusmão é fechar a porta, colocar travas e cadeados, sem abdicar da vocação ofensiva. São apenas seis jogos para os ajustes. Luta contra o tempo, luta contra o desânimo, luta contra a prostração decorrente das três derrotas seguidas.

Recordando

Encontro de ex-jogadores que marcaram época no futebol cearense nas décadas de 1960 e 1970. A partir da esquerda: zagueiro Wilkson Saraiva, atacante Facó, goleiro Edilson José e o lateral-esquerdo Barbosa. Desse grupo, tenho mais contato com Facó. Vez por outra vejo o lateral Barbosa, que é comerciante no Icaraí. Faz muito tempo não vejo Edilson José. (Colaboração de Elcias Ferreira).

Arrancada

Não bastará apenas vitória sobre o Boa para levar o Ceará ao G-4. É preciso que o Santa tropece diante do América/RN no Arruda. Nesta reta final, os times da zona maldita também ampliam a luta para fugir da degola e não raro surpreendem. A favor do Santa, não depender de ninguém para chegar ao G-4. Basta vitória simples para alcançar seu objetivo.

Coisas do futebol

O jornalista Fernando Maia lembrou bem: o Ceará está pagando caro por algumas precipitações. Desfez-se de Léo Gamalho e trouxe o atacante Tadeu. Resultado: Léo Gamalho está muito bem no Santa Cruz, enquanto Tadeu foi mandado embora por deficiência técnica. E o mesmo pode ser dito com relação a Souza. Graves erros de avaliação.

Série A

Quando ontem defendi maior aproveitamento dos jogadores cearenses na formação dos nossos principais representantes, citei o êxito do Fortaleza quando subiu para a Série A em 2002. No time, dos onze jogadores, nove eram cearenses ou jogadores, embora não cearenses, mas crias daqui, revelados aqui, com compromissos aqui.

Formação

No time do Fortaleza que subiu para a Série A em 2002 estavam Jefferson, Chiquinho, Marcão, Ronaldo Angelim, Sérgio, Dude, Erandir, Kel, Juninho, Clodoaldo e Vinícius. Observem que, exceto Vinícius e Kel, os demais aqui da terrinha mesmo. Não seria hora de o Fortaleza repensar o número de importações?

Último título

Nesta época de sucessão no Fortaleza, quando nomes são citados, convém lembrar que o último grande título conquistado pelo Leão foi exatamente o tetracampeonato estadual em 2010. O presidente que entrou para a história foi Renan Vieira, que depois seria humilhado por não ter subido o time para a Série B. Renan descarta a possibilidade de voltar.

Campeonatos estaduais

Pouco a pouco, vou vendo o gradual "assassinato" do Campeonato Cearense. Houve um tempo em que pensei ter força para lutar contra esta execução sumária, ordenada pelo calendário da CBF. Mas hoje já não me vejo com força suficiente para lutar pela manutenção dos campeonatos estaduais. Pelo visto, serão resumidos a meros torneios. Assim, por processo de inanição, o fim estará mais próximo do que se pensa. Lamento. É o "progresso", meus queridos leitores.