Tom Barros

Transição não é crise

Analiso mais uma transição por que passa o Fortaleza. E o faço sem preocupações porque não há motivo para pânico. A citação dos nomes de Sílvio Carlos e Adailton Campelo como possíveis concorrentes à cadeira presidencial no Pici já demonstra que o Leão terá forte mentor. Houve época e que não existia sequer alguém interessado no cargo. Portanto, há como resolver todas as questões. Nos meus quase 50 anos de batente, vi o Fortaleza enfrentar graves crises. A pior delas quando correu o risco de perder seu valioso patrimônio no Pici. Mas superou o problema e transformou o que seria penhorado no que hoje é motivo de orgulho do clube: o Estádio Alcides Santos. Conclusão: nada de confundir crise com transição. O Leão tem condições de superar as dificuldades presentes.

Recordando

A partir da esquerda: o professor Adhemar Nunes Freire Filho e o advogado (conselheiro do Ceará) Castelinho Camurça. Foto batida quando do lançamento do livro "Pintado: Escalada de um Campeão". Na década de 1960, o Castelinho Camurça foi meu colega de turma no querido Colégio Liceu do Ceará. O livro escrito por Adhemar sobre o ídolo Pintado, seu pai, preencheu uma lacuna na literatura esportiva cearense.

Tempo

Defesa do Ceará, calo que derrubou o técnico Sérgio Soares. Defesa do Ceará, desafio para Paulo César Gusmão. Na estreia de PC, ele viu a fragilidade do sistema de combate alvinegro. Terá poucos dias para corrigir a vulnerabilidade que a todos aflige. Pouco tempo, pois, para fazer eficiente um modelo que jamais inspirou confiança.

Sacrifício

Quando o assunto é defesa vulnerável, cabe analisar se seus componentes são ou não vítimas da fragilidade no combate na intermediária. Não de hoje, há notória sobrecarga suportada por João Marcos. Daí o sacrifício da defesa que não raro se vê exposta, aberta aos ataques adversários. Se PC corrigir esse problema, ainda poderá sonhar com o G-4. Se não conseguir, Deus meu...

Erro

Comete grave equívoco de avaliação quem agora, porque o Fortaleza foi eliminado, só enxerga defeitos no planejamento, preparação e execução dos trabalhos na Série C nacional deste ano. Ora, se entra aquela bola que bateu na trava do Macaé, já na reta final do jogo, aí tudo teria sido correto, digno de aplausos. Não é por aí, gente.

Acerto

Se o Fortaleza foi primeiro do grupo, lógico que seu trabalho de planejamento e execução foi correto. A campanha positiva comprova isso. Julgar pelo mata-mata toda a campanha vitoriosa é cair no mesmo erro da CBF que admite esse critério injusto. Crítica cabe ao time tricolor nos dois jogos contra o Macaé, não à campanha como um todo.

Em nome da paz

Sílvio Carlos só disputará a presidência do Fortaleza se for candidato único. Sílvio já pregou aviso: apoiará Adailton Campelo se este for confirmado como candidato. Sílvio quer a união tricolor, a paz e a aproximação de todas as correntes no Pici. Além disso, Sílvio argumenta que já foi duas vezes presidente do Leão. E agora só pleiteará o cargo mediante consenso.

Ídolo inesquecível

Ontem, 28 de outubro, fez 81 anos do nascimento de Mané Garrincha (Manoel dos Santos), que nasceu em Magé (região metropolitana do Rio de Janeiro). Bicampeão mundial pela Seleção Brasileira (1958/1962), ele jogou 60 vezes pela Canarinho (43 vitórias, seis empates e só uma derrota). Garrincha marcou 17 gols pelo Brasil. A Seleção Brasileira jamais perdeu com Garrincha e Pelé no time. Em 40 jogos, com os dois em campo, o Brasil saiu invicto. (Dados de Airton Fontenele).