Tom Barros

Tempo de explicações

A história há mostrado que, não raro, times líderes do primeiro turno entram numa descendente na etapa seguinte da competição. Com o Ceará está sendo assim. De futebol exuberante, digno de Série A, perdeu posições e a autoconfiança, fatos que conduziram à demissão o técnico Sérgio Soares. Problema de treinador ou de incompreensões internas no elenco? Certamente agora, com o passar dos dias e outro comando, tornar-se-á transparente o que parece camuflado em Porangabuçu. Precisam ser reveladas as insatisfações. Explicações sobre o sumiço do futebol de gente que sabe jogar bola como Lulinha e Eduardo; explicações sobre o quase eterno banco de Assisinho. Agora é esperar a sacudida a ser dada pelo novo técnico. Última esperança de recuperação a tempo.

Recordando

Década de 1990. Fortaleza Esporte Clube. A partir da esquerda (em pé): Alberto, Laerte, Toni, Valdecir, Osmanir e Marcos. Na mesma ordem (agachados): Valdir, Eliézer, Aurélio, Ademir Patrício e Sílvio. Detalhes: Eliézer foi ídolo pretendido pelo São Paulo campeão do mundo. A ganância de dirigentes levou ao fracasso as negociações. Eliézer foi muito prejudicado, impedido de brilhar no Sul. (Acervo de Elcias Ferreira).

Salvos

Da crise decorrente das oscilações e irregularidade, alguns jogadores conseguiram se sair bem: Sandro, Ricardinho e Magno Alves. Os demais variaram momentos de futebol eficiente e ineficiente. A escalação de Ricardinho numa postura também de combate, gerou polêmica entre os "sábios" do futebol. Mas o ponto crítico do Ceará foi mesmo a frágil marcação.

Equilíbrio

O maior desafio do novo técnico alvinegro será tornar compacta a marcação, sem perder a vocação ofensiva que o time tem, já por suas características individuais. Encontrar o equilíbrio entre os compartimentos de combate e ataque terá de ser o objetivo principal nesta reta final. Se o Ceará continuar tomando gols fáceis, nenhum treinador terá estabilidade no cargo.

Ansiedade

A espera demorada e a expectativa com relação ao jogo de volta diante do Macaé provocam natural ansiedade. Esta me parece maior no seio da torcida do que entre os jogadores. Tenho acompanhado as entrevistas dos atletas. A do volante Corrêa foi ótima. Ele se mostra muito seguro, confiante e consciente das dificuldades.

Experiência

A propósito de Corrêa, ele terá papel importante no jogo de sábado. Corrêa não produziu tudo o que sabe no jogo de ida. Não sei bem a razão. Da mesma forma, Marcelinho Paraíba poderia ter produzido muito mais. Mas, nas declarações de ambos, ouvi uma mensagem forte: têm convicção de que poderão ganhar do Macaé aqui. Isso é bom.

Dia do Aviador

Na pessoa do Cel Av Cláudio Sampaio, Cmte da Base Aérea de Fortaleza, a homenagem aos que sustentam o ideal de voar, herança do gênio brasileiro, Santos Dumont. Há 108 anos, em Paris, Dumont fez voar o 14-Bis, inventando o avião. Hoje, às 10 hs, na Base, pilotos (militares, civis, desportivos) e amantes da aviação reúnem-se na solenidade comemorativa.

Notas & notas

A regularidade de Tiago Cametá na ala do Fortaleza é digna de menção especial. /// A luta do Ferroviário para chegar à final da Taça Fares Lopes merece acordar a torcida coral que em grande parte anda afastada dos estádios. /// Ivonaldo, do Icasa, é o melhor ala direita do futebol cearense. /// Lucas Gomes vem chamando a atenção pelo eficiente futebol que há mostrado no ataque do Verdão. Mas Lucas precisa dominar suas impulsivas reações.