Obrigação de ganhar
Ouvi variadas opiniões de cronistas e torcedores sobre o resultado em Macaé. Incomoda saber que empate com gols aqui, dará Macaé. Incomoda saber que empate sem gols levará aos pênaltis. Sim, mas não vejo motivo para desespero. Para neutralizar a pressão dos pessimistas, devo lembrar que vitória simples, com um golzinho só de diferença, coloca o Fortaleza na Série B. Muitas vezes a não necessidade de ganhar conduz à inconsciente acomodação. Ora, o Fortaleza diante do Oeste não precisava ganhar. Bastava um empate sem gols. O Fortaleza saiu atrás no placar e conseguiu empatar. Mas depois acabou perdendo por 3 a 1. Quem tinha a obrigação de Ganhar? Resposta simples: O Oeste. E ganhou. Então, a obrigação de ganhar não é tão má como se imagina.
Recordando
Seleção Cearense de 1959. Foto batida no PV.
A partir da esquerda (em pé): Pedrinho Simões, Claudio, Itamar, Carneiro, Barbosa e Alexandre. Na mesma ordem (agachados): Alonso, Guilherme, Fernandinho, Aldo e Jair. Detalhes: Guilherme era irmão do volante Benício que jogou Ceará. Fernandinho também foi craque no futebol de salão onde brilhou no América. Colaboração de Cristiano Santos (do Memofut).
Dois exemplos
Coisa recente, no modelo mata-mata, o Atlético/MG tinha de ganhar de goleada do Corinthians. E ganhou. O Botafogo, tinha de ganhar do Ceará no Castelão. Ganhou. Jogar pelo empate às vezes ilude, engana, bloqueia. O favorito se acha tão perto da vitória que não luta devidamente por ela. Quando desperta, é tarde. Ter de ganhar parece clamar por maior luta e empenho.
Superior
O que critiquei no Fortaleza: não ter sabido impor sua superioridade. Pareceu receoso demais, a ponto de não pôr em prática o que tinha anunciado o seu treinador. Deixou passar a chance de fazer melhor resultado na casa do adversário. Ainda assim, o Leão tem tudo para subir. Mas vai ter que jogar o que sabe e deixar de lado o que não sabe.
Chance continua
Afasto o sentimento para baixo. O Ceará não jogou bem. Foi goleado. Frustrou. Irritou. Desanimou. É verdade. Mas também vejo o outro lado. O Vasco perdeu. O Avaí também perdeu. Esses dois são do G-4. A cada rodada vai ficando mais difícil. Ainda haverá muitas surpresas. O Ceará decepcionou. Mas a chance continua.
Oscilação
O que mais incomoda o Ceará, além dos adversários, é a oscilação. Ninguém sabe o que amanhã o alvinegro poderá aprontar. Ora joga bem, ora não joga nada. Ora leva a campo a camisa, esquece a bola; ora leva a bola, mas esquece de jogar. Daí a dificuldade para uma sequência ininterrupta de vitórias. E parece que assim vai ser até o fim.
Condições
Marcelinho Paraíba explicou as cãibras que o impediram de continuar em campo. Quanto à situação, seu entendimento é simples: o Macaé tem 50% e o Fortaleza 50%. Mas o Leão terá a vantagem de jogar em casa, no Castelão, diante de um público de 63.300 torcedores. Segundo Marcelinho, essas condições farão a diferença a favor do Fortaleza.
Um todo
Não queiram culpar João Marcos, do Ceará, que chutou mais a grama do que a bola, no lance que resultou no gol do Joinville. Não queriam culpar Marcelinho Paraíba, do Fortaleza, que poderia ter rendido muito mais em Macaé. Comete grave equívoco quem tenta individualizar insucessos coletivos. No Verdão do Cariri, bem que o técnico Vladimir de Jesus tem procurado ajustar o time, mas muitas são as complicações. Quando o esporte é coletivo, o culpado individual quase sempre é exceção.