Tom Barros

Hora da superação

Bahia, Vitória e Santa Cruz já estiveram na Série C. E padeceram horrores em estádios acanhados, numa época em que sequer tinham direito a cotas da CBF. Hoje, Bahia e Vitória estão na Série A e o Santa Cruz está na Série B. Mas todos cumpriram o calvário que o Fortaleza cumpre agora. Como conseguiram subir? Que caminhos palmilharam? Não custa nada verificar o modelo de campanha que empreenderam para alcançar o sonhado objetivo. Uma das principais forças do Santa Cruz para subir no ano passado foi a presença gigantesca de sua torcida no Estádio do Arruda nos jogos decisivos. Nesta parte, a torcida do Fortaleza não deixa nada a desejar. Aliás, não tenho dúvida de que superará em presença à própria torcida do Santa, até porque o Castelão é muito maior.

Histórico

O Macaé tem seu valor e deve ser respeitado. Mas não há como, em títulos, história e tradição, compará-lo ao Fortaleza. Basta ver que o Leão foi duas vezes vice-campeão da Taça Brasil, a mais importante competição nacional na década de 1960. Mas, quando a bola rolar, isso ficará à margem. Em campo, esses valores sequer serão lembrados pelos atletas.

Calo

O Joinville tem sido um problema na vida do Ceará. Um verdadeiro calo. Em 2013, goleou o Ceará em pleno Castelão e impediu a subida do Vozão para a Série A. Este ano, aqui mesmo, derrotou o Ceará por 3 a 1. Para o jogo de sábado terá dois desfalques: o goleiro Ivan e o volante Naldo que receberam o terceiro amarelo. Hora do troco alvinegro, gente.

Recordando

1971. Uma das formações do Ferroviário Atlético Clube. A partir da esquerda (em pé): Esteves, Holanda, Ivan Limeira, Gomes, Hamilton Aires e Coca-Cola. Na mesma ordem (agachados): o massagista Louro, Ney, Simplício, Luizinho, Hamilton Melo e Alízio. Detalhes: Ivan Limeira morreu em julho deste ano. Não sei onde anda Simplício, que era chamado de "Canhão da Barra". (Colaboração de Elcias Ferreira).

Desafio maior

O maratonista Fernando Luciano Barros Xavier, o Pangaré, será o único representante do Brasil na prova "100 km do Ultra Sovev Emek", dia 23 de outubro, em Israel. Pangaré obteve o patrocínio do Hapvida Saúde, que custeará as passagens dele de Fortaleza a Tel Aviv. Pangaré será o único sul-americano na disputa.

Sensato

É agradável conversar com Adailton Campelo, diretor de futebol do Fortaleza. Sereno, equilibrado nas atitudes, coerente nos atos, otimista nas ações. Um de seus méritos é ter trazido o técnico Marcelo Chamusca. E mais: o irrestrito apoio a Chamusca em todas as ocasiões. Pelo belo trabalho, Adailton merece, sim, ver subir o Leão para a Série B.

Equilíbrio

O Ceará precisa vencer. Como a vocação do time e de Sérgio Soares é jogar ofensivamente, não terá de mudar o modelo que vem adotando desde 2013. Mas creio ser necessário ainda buscar o equilíbrio entre os compartimentos. Se tornar a defesa menos vulnerável, sem abrir mão da preferência pelo ataque, mais perto ficará da ascensão.

Estranho. Vendo o péssimo gramado do Estádio Nacional de Cingapura, onde ontem o Brasil goleou (4 x 0) o Japão, lembrei da exigência dos integrantes da FIFA, CBF e Comitê Organizador da Copa, que queriam mudar todo o gramado do PV apenas para alguns treinos de poucos minutos das seleções que jogariam em Fortaleza na Copa. Como então o Brasil aceitou atuar no péssimo "areião" de Cingapura? É estranho como muda o tom de voz dos autoritários quando eles estão no exterior...