Tom Barros

Alerta geral com o empate

O resultado do Fortaleza ao empatar com o Paysandu em pleno Castelão não foi bom. Não me refiro à pontuação, nem à classificação para a fase mata-mata, mas ao moral do grupo. Empate com o Paysandu, aqui ou em Belém, é resultado normal, máxime quando se sabe do desespero do time paraense para alcançar a classificação. Entretanto, o Fortaleza precisa passar, primeiramente para si e depois para a torcida, a convicção de que está preparado para, sem assombros, dobrar o time que vier do Grupo B. Precisará de uma altivez patente, ostensiva, inabalável. Foi por falta de convicção assim que o Leão cedeu a vaga diante de um modesto Oeste em pleno PV. Agora terá de ser superior, sem ser arrogante; ser vitorioso, sem perder a humildade.

Recordando

A partir da esquerda: Luís Vilanova (ex-lateral campeão cearense pelo América em 1966 e depois notável árbitro), Elcias Ferreira (colecionador de fotos antigas), Edmar (excepcional volante, campeão cearense pelo Ferroviário e pelo Ceará na década de 1970), Da Costa (ponta-esquerda campeão pelo Ceará na década de 1970. Atuou também no Fortaleza e na Lusa/SP) e Magela (meia, campeão pelo Ceará na década de 1970).

Sem alarde

O Ferroviário, sem alarde, vai fazendo boa campanha na Taça Fares Lopes, que garante uma vaga para a Copa do Brasil 2015. O Ferrão, classificado antecipadamente para a próxima fase da Fares Lopes, cumprirá tabela no próximo domingo, dia 21, quando no PV enfrentará o Horizonte. O técnico Bira Lopes colhe frutos do trabalho que vem realizando na surdina.

Copa do Brasil

Horizonte (duas vezes) e Barbalha (uma) já souberam tirar proveito da chance de disputar a Copa do Brasil em razão da conquista da Taça Fares Lopes. Será o caminho coral para voltar às grandes competições brasileiras? É possível. Já transmiti jogos do Ferrão na Séria A nacional na década de 1970. Seria muito bom vê-lo na Copa do Brasil 2015. Ganharia moral.

Aperto

Ceará continua no G-4, grupo que dá status diante dos concorrentes. Mas agora quarto colocado, o Ceará sofre a pressão dos times que vão chegando como Ponte Preta (37 pontos), Boa Esporte (34) e Náutico (34). Na derrota para o Náutico em Recife, disparou de vez a sirene. O alarme acusa a perigosa aproximação dos concorrentes.

Posições

O que preocupa é o fato de o Ceará ter perdido três posições em três rodadas. Na 19ª, a do término do primeiro turno, o Ceará virou líder. Já agora, na rodada 22ª, caiu para a quarta posição. Não deixa de ser preocupante a oscilação de produção e resultado. Ora, joga muito; ora se atrapalha. Precisa retomar uma sequência de vitórias.

Correção

Dor de cabeça constante para o Ceará tem sido a forma com que o time sofre gols evitáveis. Nesta parte, uma sequência interminável de erros, independente da composição, quer seja a zaga titular, quer seja a zaga suplente. Problema que aflige o goleiro Luís Carlos, sempre exposto diante das indecisões à sua frente. Há necessidade de urgente correção.

Curiosidade

O Médico Múcio Roberto mandou-se curiosidade interessante. Em 1964, havia expectativa sobre a convocação para a Copa de 1966, na Inglaterra. O Brasil tentaria i tri. O técnico húngaro, Janos Tatray, que aqui brilhara no Ceará e na Seleção Cearense, disse que três atletas do Nordeste deveriam ser convocados: Salomão (volante do Náutico), Mauro Calixto (zagueiro do Ceará) e Nogueira (ponta do Campinense). Nenhum foi chamado, mas concordo: os três tinham talento para tal mister.