Casamento a perigo
No mundo todo, a parceria futebol/televisão há rendido lucros extraordinários para os clubes e para as redes de comunicação. Não há mais como dissociar uma coisa da outra. Assim, a notável visibilidade dos certames europeus, com estádios cheios e audiência em alta. No Brasil, como consequência da perda de qualidade do futebol, a audiência tem caído muito. Daí o fato gerador de preocupações com relação ao futuro dessa parceria em rede aberta. Mas ainda creio na possibilidade de recuperação. A ressaca pela derrota na Copa do Mundo trouxe frustração. Isso, claro, elevou o desinteresse dos menos apaixonados. Há ainda a inevitável comparação entre qualidade do que foi mostrado na Copa e o padrão doméstico ora observado. Só o tempo definirá os novos rumos.
É comum
Sempre que o Brasil perde uma Copa do Mundo, acontece o natural recuo do público. Em 1950, no Maracanazzo, os primeiros jogos dos times cariocas e paulistas não conseguiram apelo capaz de superar a frustração. Mas depois, gradualmente, o público começou a voltar aos estádios. A televisão no Brasil só seria inaugurada dois meses depois da Copa.
Retomada
É possível que nos próximos meses haja uma retomada de interesse pelas transmissões de futebol, quer na TV aberta, quer nos canais pagos. Mas é preciso melhorar a qualidade dos jogos. Problema é que, de repente, todo mundo passou a querer ver em campo a nata do futebol mundial. Tirar da mente essas lembranças ainda demandará certo de tempo.
Recordando
Final do Campeonato Brasileiro de Seleções de 1963: Seleção Carioca x Seleção Mineira. A parti r da esquerda: Zózimo (Rio), árbitro Armando Marques e Procópio (Minas). A Seleção Mineira foi campeã. Detalhe: Armando Marques morreu recentemente. A Seleção Cearense, que tinha ídolos como Aloísio Linhares, William, Alexandre, Gildo e Mozart, ficou em terceiro lugar. (Colaboração de Sérgio Castelo Branco Pinheiro).
Valorização. Já é hora de uma guinada no tratamento dado aos jogadores que atuam no futebol brasileiro. Dar moral aos valores daqui pode ser uma solução, desde que na medida certa para evitar precoces deslumbramentos. É um equivoco aceitar como verdade verdadeira a imposição de que astros de primeira grandeza são apenas os que estão na Europa. Se valorizarmos mais os atletas que atuam aqui no Brasil, o interesses por eles aumentará e, como consequência, aumentará também a audiência na TV.