Tom Barros

Em campo, o líder

O Ceará, com o entusiasmo de quem bateu no Internacional em Porto Alegre, pega o Boa. A bela vitória alvinegra no majestoso cenário do Beira-Rio, casa do adversário, ante a torcida do adversário, ante a imponência do adversário, deu moral. Ninguém de sã consciência admite um tropeço do Ceará no jogo de hoje com o Boa Esporte. O Ceará é melhor, tem elenco mais qualificado, é líder. E tudo mais. Agora vem a advertência: cuidado para não ingressar no traiçoeiro "já ganhou". O Internacional também tinha todas as vantagens. Pela soberba, imaginou que ganhar do Ceará seria uma questão de tempo. Não foi. O Ceará não pode cair no mesmo equívoco do Inter. Ganhar do Boa não será uma mera questão de tempo. Será uma questão de trabalho sério, determinado. Mãos à obra.

Para valer

Já fiz minha louvação à defesa do Ceará. Meninos redimidos pela segura atuação no Beira-Rio. Hoje, o modelo não será tão prudente quanto em Porto Alegre. Porque em casa, o Vozão terá de arriscar mais. Aí a defesa ficará mais exposta. Hora, pois, de ver como se comportarão os zagueiros nas novas circunstâncias: sem pressão, sem crítica contundente.

Só falta o Magno

Na minha avaliação, o magnata tem crédito. E crédito de sobra, pelos gols, pela história. Não faz muito, era o melhor do grupo. Depois o melhor passou a ser Ricardinho. Já agora o melhor é Nikão. A vida é assim mesmo, cheia de alterações. Só falta agora o Magnata retomar o padrão. Quem sabe já hoje diante do Boa. Magno Alves sabe. É imprescindível.

Recordando

Década de 1960. Damasceno, o príncipe do futebol cearense, pela beleza e elegância do seu futebol. Ele recebe do general Aldenor da Silva Maia, então presidente da FCD (hoje Federação Cearense de Futebol), uma condecoração outorgada pela entidade. Ao lado, segurando o microfone, o repórter da Rádio Uirapuru, Colombo Sá. Na época, a Rádio Uirapuru pertencia ao saudoso empresário José Pessoa de Araújo.

O ataque

Robert e Waldison sabem assinalar gols. Por que então a preocupação do técnico Chamusca? Porque houve redução nos acertos das conclusões. Diz Marcelo: "Ninguém desaprende. Não fizemos em vão mais de 80 gols com os mesmos atletas que estão aqui hoje. A questão de a gente voltar a fazer gols novamente virá de forma natural".

É assim

Walfrido fora, lamentavelmente. São as guinadas do futebol, sempre cheio de surpresas. Vejam só: enquanto o Leão perdeu Walfrido contundido, Guto resolveu jogar por ele, por Walfrido e por mais gente se preciso for. Chamou a si a responsabilidade e deu show de bola nos jogos mais recentes. No momento, o melhor do Leão.

O nome

Nikão. Louvado e aplaudido pela torcida e pela crônica, esse atacante do Ceará experimenta momento de extrema felicidade. A todos encanta a sua produção no servir e no finalizar, no passe e nas conclusões, no trabalho em conjunto e no trabalho individual. No jogo passado, ele extrapolou. Pode ainda não ter chegado ao ápice, mas anda perto.

Aceno

O jornalista Ciro Câmara me passou a informação segundo a qual o grupo gestor do Castelão deliberou fazer uma revisão no tocante ao relacionamento com a crônica esportiva. Recebi com otimismo a comunicação. Vigilante, fico aguardando as decisões oficiais sobre o assunto. Este aceno inicial certamente conduzirá ao diálogo que poderá ser muito proveitoso para as partes. É bom que fique bem claro: os cronistas não querem privilégios: querem recíproco respeito. Já vejo uma luz no fim do túnel.