Tom Barros

Bom senso para mudar

Por mais paradoxal que pareça, o desastre da Canarinho na Copa poderá trazer muitos benefícios ao futebol brasileiro. Acordou as autoridades para a urgente necessidade de mudanças e intensa fiscalização. Organizar o futebol e os clubes em todos os aspectos, do técnico ao tático, do econômico ao financeiro. E chamar os dirigentes à responsabilidade. Ótimo. Até aí tudo bem. Mas cuidado com precipitações. Às vezes, pela pressa, equívocos são cometidos. Cito, por exemplo, a euforia que houve com o fim da Lei do Passe. Os jogadores cantaram: "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós". Nada disso aconteceu. Ficaram mais aprisionados do que nunca. Acorrentados a empresários, alguns sérios, honestos; outros, sem escrúpulo.

Encontro de alto nível

A partir da esquerda (na foto em destaque) : escritor Saraiva Júnior, médico e ex-jogador Afonsinho, cronista Sérgio Redes e Cristiano Santos (Memofut).

O ex-meia do Botafogo do Rio de Janeiro, Afonsinho, ídolo na década de 1970, esteve em Fortaleza, onde participou do lançamento do livro de Sérgio Redes. Na ocasião, Saraiva Júnior deu a Afonsinho um exemplar do livro biográfico do ídolo cearense Mozart Gomes. Ao sabor do
Suco verde, receita e especialidade de Sérgio Redes, rolou ótimo papo sobre futebol, claro.

Nomes

Há alguns anos, criaram no Brasil, na empolgação das reformas, denominações para algumas leis. Havia a Lei Pelé, depois Lei Zico. E aí eu pergunto: que benefícios houve daí decorrentes? A maioria dos jogadores continua submissa, às vezes indo jogar até onde não quer, passando por mil inconveniências. Portanto, é hora de mudar, mas sem perder de vista a coerência.

Lei de Gerson

Nas reformulações que estão sendo propostas para o futebol brasileiro, muito cuidado com as brechas nas leis. Estas são geralmente inseridas sorrateiramente pelos seguidores da Lei de Gerson, ou seja, os que querem levar vantagem em tudo. O momento é adequado para arejar o futebol com novas ideias e projetos avançados, mas tendo por mote o bom senso.

No "Velho" PV

Na aconchegante Gentilândia, o Ceará reencontrará sua torcida logo mais. A ampla vantagem (pode perder até por 1 a 0) dá tranquilidade, mas não pode reduzir a atenção diante da Chapecoense. A Copa do Brasil é traiçoeira na essência, já pelo critério saldo de gols fora de casa. Nada de "já ganhou", pois.

Advertência

Estádio Morumbi. Público: 43.075 pagantes. Em campo o favorito São Paulo de Rogério Ceni e do técnico Muricy Ramalho. Final do jogo: Chapecoense 1 x 0 São Paulo. A formação da Chapecoense basicamente a mesma que foi derrota pelo Ceará em Chapecó no jogo de ida. Mais um motivo para o Ceará redobrar suas atenções.

Compartimento

O Ceará voltou bem do recesso da Copa do Mundo. Gostei da produção do time nos dois jogos, inclusive, por incrível que pareça, no da derrota para o Joinville. Mas faço uma ressalva: inexplicável o embotamento da defesa em determinados momentos, tanto no jogo com o Joinville quanto no jogo com o Icasa. Isso não pode acontecer. Um pito neles, Sérgio Soares.

Recordando

Ótimo saber da renovação do contrato de Galvão Bueno com a Rede Globo até 2018. Galvão está com 64 anos. Portanto, certamente narrará a Copa do Mundo na Rússia. Bom nível garantido. Sou exigente em matéria de narração esportiva. Ultimamente as redes de rádio e TV vêm "inventando" narradores. Um absurdo. Quem, como eu, desde 1958 acompanhou nomes como Geraldo José de Almeida, Edson Leite, Pedro Luís, Fiori Gigliotti e Jorge Cury, não pode suportar descabidas improvisações.