Alemanha tetra, lição a ser seguida pelas novas gerações
No templo sagrado do futebol brasileiro, a Alemanha conquistou com mérito o seu tetra mundial. E coroou um trabalho que começou há 14 anos. Desde a estreia, quando goleou Portugal por 4 a 0, o recado alemão estava dado. Caberia aos concorrentes, inclusive ao Brasil, dar maior atenção aos germânicos. O show inicial de Neuer, Hummels, Howedes, Mertesacker, Boateng, Khedira, Lahm, Toni Kroos, Ozil, Gotze e Muller fora apenas o cartão de apresentação oferecido pelo técnico Joachim Low. Verdade que, na trajetória, experimentou inesperado tropeço diante de Gana: 2 x 2 no Castelão. Serviu de advertência. Mas, quando nas quartas de final despachou a poderosa França, ampliou a confiança. E, quando aplicou no Brasil a maior goleada sofrida pela seleção brasileira (7 x 1), percebeu que só mesmo uma dessas injustiças do futebol poderia roubar-lhe o título. A vitória sobre a Argentina, embora difícil, já na prorrogação (1 x 0, gol de Götze), fez justiça ao melhor time da Copa. Registre-se, porém, a brava luta do time de Messi. Foi digno em todos os aspectos. Ontem, a apoteose, a festa do futebol alemão senhor do mundo: veloz, exuberante na tática, na técnica, nos passes e nas conclusões. O Maracanã, palco onde desfilaram Garrincha, Pelé, Jairzinho, Gerson, Rivelino, Romário, Bebeto, Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho, estendeu o tapete para os novos campeões: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Howedes; Schweinsteiger e Kramer (Schurrle); Muller, Kroos e Ozil (Mertesacker); Klose (Götze). Terminada a Copa 2014, uma conclusão: o Brasil continua sendo o país do futebol, mas não é mais o país do melhor futebol. O melhor está na Alemanha, que também constrói uma história grandiosa e já com alguns recordes. Desde ontem a Alemanha passou a ser o país que mais vezes chegou a decisões de Copas do Mundo. São oito vezes: 1954 (campeã), 1966 (vice), 1974 (campeã), 1982 (vice), 1986 (vice), 1990 (campeã), 2002 (vice) e 2014 (campeã). O Brasil chegou a sete decisões. A Alemanha tem agora o maior artilheiro de todas as Copas: Miroslav Klose, com 16 gols. Superou o brasileiro Ronaldo Fenômeno, que ficou na marca dos 15 gols. Há alguns anos, o Brasil era o único país que tinha um profissional campeão do mundo como jogador e técnico: Zagallo. A Alemanha, em 1990, também até nisso igualou: Franz Beckenbauer, jogador campeão em 1974, sagrou-se campeão mundial como técnico, no comando da própria Alemanha. Agora é mirar Moscou. Os alemães irão à Rússia em busca do penta. Daqui até lá, o Brasil terá longo caminho de reformas a seguir. Se quiser ter outra vez o melhor futebol do mundo.
Ontem, a apoteose, a festa do futebol alemão senhor do mundo: veloz, exuberante na tática, na técnica, nos passes e nas conclusões