Tom Barros

Há times que se agigantam no infortúnio. É a tua vez, Brasil!

O ídolo caçado em campo: Neymar. O ídolo fora da Copa: Neymar. O jovem, de sorriso maroto, que criança descobriu os encantos da bola, fez dela amiga e fiel companheira desde a infância até os dias de hoje. Uma parceria que rende gols sensacionais, dribles inacreditáveis e momentos de magia no Santos, na Seleção Brasileira e no Barcelona. O sonho de todos os brasileiros era ver Neymar em campo na final de Copa do Mundo no Maracanã. Sonho que também era dele. Sonho que esteve próximo, mas frustrado pela truculência de Zuñiga, jogador colombiano desleal, maldoso, desumano que entrou para quebrar o craque brasileiro. E quebrou mesmo. De quem é a culpa? Ora amigos, respondo sem pestanejar: das arbitragens. Não apenas a de ontem, conduzida de forma condescendente pelo espanhol Carlos Velasco Carballo, mas também pelos que apitaram todos os jogos anteriores. Vejam os vídeos e confirmem o que digo. Há muito tempo, desde o início da Copa, Neymar vinha apanhando dos adversários. Croatas, mexicanos, camaronenses, chilenos e colombianos marcaram com suas ferraduras as pernas do craque. Cavalgaduras que praticaram violência explícita, admitida cinicamente por árbitros pusilânimes e incompetentes. A história há mostrado que os artistas da bola são aplaudidos pelo público, mas odiados pelos truculentos marcadores. Daí a apelação de zagueiros e volantes, encarregados de matar as jogadas. Muito foi dito do fracasso do Brasil na Copa de 1966 na Inglaterra, quando eliminado na primeira fase. Mas pouco foi dito sobre a caçada de que foi vítima Pelé, massacrado por búlgaros e portugueses, numa perseguição semelhante à sofrida por Neymar na atual competição. E agora? Como ficará o Brasil sem o talento de seu melhor jogador, justo numa semifinal diante da poderosa Alemanha? Derrota certa? Jamais. O futebol brasileiro, quando perdeu Pelé na Copa de 1962 no Chile, teve Garrincha, que tomou conta de tudo. E Amarildo, o substituto do "Rei", definiu jogos decisivos. Resultado: Brasil bicampeão do mundo. Para as próximas etapas, a Canarinho há de buscar força, só Deus sabe onde. O futebol brasileiro não raro surpreende pela superação. Que todos joguem por Neymar, no espírito de Neymar, com a vontade de Neymar. Que seu substituto nele se inspire. Há predestinados que saem do banco para a glória. E há times que se agigantam no infortúnio. Tudo é possível. Desafio lançado. Sem Neymar, afastado por alguns meses, a Copa perde muito da graça, da criatividade, da irreverência, da ginga e da esperteza que só ídolos como ele têm. E a bola, amiga e fiel companheira, fica por uns tempos sem seu melhor parceiro. Nunca imaginei isso.