Restou provado: os favoritos também são vulneráveis
O Brasil cumpre hoje sua última apresentação na fase de grupos. Sem convencer ganhou da Croácia (precisou até de uma ajudazinha do árbitro no pênalti inexistente em Fred) e com dificuldades empatou com o México. Levantou preocupações. E mais: pela exibição de Alemanha e Holanda na primeira rodada, ficara a impressão de que, das favoritas, apenas a Canarinho tinha problemas. Mas, para reduzir as desconfianças brasileiras, as rodadas seguintes mostraram que os demais favoritos também têm seus pontos vulneráveis. A Holanda, que seria um Forte Schoonenborch, viu seu sistema defensivo rachado pelos australianos. Ganhou (3 x 2), mas experimentou desconfortáveis momentos. A Alemanha, de início arrasador sobre Portugal (4 x 0), também sofreu com os ataques de Gana na segunda rodada. Só mesmo a extraordinária vocação do goleador Miroslav Klose garantiu o empate (2 x 2). Um gol que, além disso, colocou o notável Klose em igualdade com Ronaldo Fenômeno (15 gols cada) como os dois maiores artilheiros na história dos mundiais. Portanto, não é apenas o Brasil que tem problemas a resolver. E é bom não esquecer que outros dois favoritos foram eliminados mais cedo: a Espanha, de Iniesta, e a Inglaterra de Wayne Rooney. Na minha avaliação, se Paulinho e Oscar produzirem o que sabem, o setor criativo do Brasil poderá surpreender o mundo, tal como fez na Copa das Confederações. Parece que esses dois atletas ainda sentem a terrível responsabilidade que lhes foi imposta. Fardo que pesa mais na mente que no corpo, embotando o que antes fluía de forma natural e serena como as mansas águas dos riachos. Oscar, no segundo tempo da estreia, até que se soltou, mas voltou à inibição diante do México. Também sob críticas estão Daniel Alves e Marcelo, que não reproduzem aqui o que respectivamente fazem no Barcelona e no Real Madrid. Ora, amigos, são circunstâncias diferentes. Por acaso Messi produz na Argentina o mesmo que faz no Barcelona? E Rooney, no English Team, o que faz no Manchester United? Situações díspares. Há todo um processo de ajustes. E, de atleta para atleta, a adaptação varia. Hoje há Camarões no caminho brasileiro. O ídolo camaronês, Samuel E'too, disse querer uma honrosa saída com vitória sobre o Brasil. Pelo histórico de seu belo futebol e conquistas, E'too até estaria a merecer apoteótica despedida, já que teoricamente é este o seu derradeiro mundial. Mas as circunstâncias lhe são desfavoráveis: seu grupo revelou-se desunido dentro e fora de campo. A zebra é animal nativo da África Central e do Sul, onde está Camarões. Mas uma metamorfose assim é realmente pouco provável.
Por acaso Messi produz na Argentina o mesmo que faz no Barcelona? E Rooney, no English Team, o que faz no Manchester?