Tom Barros

Experientes na definição

Minha expectativa sobre o clássico de amanhã é a melhor possível. Primeiro porque acredito que o jogo será muito melhor. O anterior me pareceu ensaio, onde os jogadores sabiam que teriam outra chance e por isso mesmo não deram o máximo. Amanhã, não, todos sabem que não haverá outra vez. O tudo ou nada. O tudo. Agora ou nunca. Agora. Aí todos vão à exaustão. Até a última reserva de energia por um título. É assim. Enfim, final na velha tradição dos maiorais: Marcelinho Paraíba, ex-Seleção Brasileira; Magno Alves, ex-Seleção Brasileira. Os mais experientes. Deles o aceno na condução dos mais jovens. O pensar, o pulsar. Quem fará a diferença? Só Deus sabe...

A seleção

Na montagem da seleção do Campeonato Cearense deste ano, a mais fácil votação será para a dupla de ataque: Robert e Magno Alves. O goleiro André Zuba (André Renato Antoniassi seu nome verdadeiro) destacou-se pelo Guarany. Fez um belo campeonato. No item revelação, a contribuição do Fortaleza é alta.

A voz

Como dizia o saudoso João Saldanha, "com o Airton Fontenele ninguém pode". No seu acervo de gravações, uma entrevista com Luciano do Vale. Na entrevista, feita antes da Copa de 1994, Luciano fala sobre as chances do Brasil e diz do seu otimismo com relação à Seleção Brasileira. Antevisão do tetra que viria. Voz bela, inconfundível de Luciano.

Lembrança de Irajá

Romarinho será ungido pelo técnico Marcelo Chamusca para entrar como titular no amanhã? Não custa buscar na história algo semelhante. Na década de 1960, havia no Pici um jovem promissor chamado Irajá. Entraria ou não numa decisão contra o Ceará? A dúvida pairou até antes do jogo. Anunciada a formação, lá estava o Irajá em questão. Bola rola. O jovem, com personalidade, encara o desafio. Irajá fez os dois gols da vitória tricolor por 2 a 0. Diferença: Irajá fez nesse jogo a sua estreia. Romarinho já vem entrando vez por outra, há algum tempo.

Dividir por três

Pouca gente falou sobre o passe milimétrico, dado pelo ala do Ceará, Helder Santos, que de longa distância lançou Gil na medida, daí resultando o gol de Tadeu. O passe de Helder fez lembrar notáveis lançadores do futebol brasileiro. Por isso, no lugar de dividir o mérito do gol por apenas dois, Tadeu poderia acrescentar mais um e dividir por três mesmo.

Público

No Debate Bola (TV Diário), após análise das condições que antecedem o clássico de amanhã no Castelão, a estimativa de público ficou entre 40 e 45 mil pagantes, bem abaixo do que eu gostaria. Na decisão da Copa do Nordeste, Ceará x Sport, o público pagante foi de 60.068. Incluindo os não pagantes, o público foi de 61.240.

"O gol da vitória que fiz no Oeste pode ser creditado a nós dois: a mim e ao Gil, pelo excelente passe que ele me deu".

Tadeu
Atacante do Ceará (declaração feita quando pelo repórter foi instado a falar sobre a importância do passe de Gil, que o deixou na cara do gol)

Imagens das Copas.

17 de julho de 1994. Stadium Rose Bowl, em Los Angels. Final da Copa Brasil x Itália. Empate no tempo normal e prorrogação (0 x 0). Brasil ganhou o título nos pênaltis. Na foto, Romário (nº 11) recebe combate de Franco Baresi (nº 6), acompanhado por Roberto Mussi (nº 8) e Zinho (nº 9).