Comandar times grandes é viver sob pressão dia e noite. Neste início de Campeonato Cearense, Zé Teodoro encabeçou a lista dos desafortunados. Caiu do Ferroviário. Assumiu Anderson Batatais, que se deu bem. No Fortaleza, Rogério Ceni segue intocável. Apesar de o Leão ter tido alguns contratempos, o Mito, pelo menos até aqui, permanece acima do bem e do mal. Desconforto mesmo para Argel Fucks. O Ceará não produz bom futebol. As novas contratações ainda estão em fase de adaptação. As opiniões desfavoráveis se multiplicam. O clássico de hoje, Fortaleza x Ceará, pode definir o destino de Argel Fucks. São coisas de início de temporada. A repercussão do resultado será muito interessante. Se houver insucesso do Fortaleza, logo vão dizer que o time poderá passar por problemas em Buenos Aires, quando no dia 13 enfrentará o Independiente no Avellaneda. Se insucesso do Ceará, aí vão resgatar a sequência de jogos sem vencer para colocar no cadafalso o treinador Argel. Um empate poderá até amenizar possíveis manifestações, mas os mais exigentes não deixarão de pugnar por medidas drásticas. É de praxe.
Retorno
Quando um time investe pesado num atleta, claro que espera ter retorno na mesma medida do que foi investido. Costumo dizer que isso é uma operação de risco que tem de ser assumida. Às vezes, o retorno é imediato. Às vezes, nem retorno há.
Exemplo
Quando no ano passado o Ceará investiu pesado em Wescley, tinha certeza de que o jogador daria muitas alegrias ao clube. Motivo simples: na sua primeira passagem, Wescley fora um sucesso. Nesta segunda vez, porém, as contusões impediram que Wescley rendesse na medida do que foi investido. Resultado: não houve correspondência entre uma coisa e outra. Aliás, o mesmo se pode dizer com relação a Leandro Carvalho.
Investimento
O Fortaleza apostou em David, a mais cara contratação do futebol cearense. Investiu certo. O jogador é bom. Tem todas as qualidades técnicas para o devido engajamento no esquema de Rogério Ceni. Só mesmo uma zebra muito grande impedirá o devido retorno. Transação feita com muito critério.
O Ferroviário enfrenta amanhã o Guarany no PV. Acompanhei bem essas duas equipes na 1ª fase, pois narrei pela TV Diário vários de seus jogos. O Guarany mostrou melhor conjunto, além valores individuais com melhor desenvoltura. Isso resultou na vitória do Bugre (2 x 0) no Junco em Sobral. Hoje a situação é diferente.
A diferença referida diz respeito a mudanças no Ferrão. Depois que Anderson Batatais assumiu, o Ferroviário não perdeu um jogo sequer e por pouco não ganhou do favorito Ceará. A meu juízo, o Guarany continua melhor, máxime porque tem Ciel dando show, mas entendo que o jogo de hoje será mais equilibrado.