Série B é apenas um purgatório

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Foto: Thiago Gadelha/SVM

Se você der uma olhada na tabela da atual Série B, vai encontrar no G-4 Cruzeiro, Grêmio, Bahia e Vasco. No sexto lugar, o Sport. Todos já foram campeões brasileiros. Também encontrará Sampaio Corrêa, Londrina, Criciúma, CRB, Guarani, Ponte Preta, Vila Nova, Chapecoense, Tombense, CSA... Detalhe: Cruzeiro e Grêmio já garantiram vaga na Série A de 2023. O Bahia e o Vasco poderão confirmar o retorno à Série A na última rodada. Síntese: é ruim cair para a Série B. Dá uma sensação de humilhação e incompetência pelo fracasso na Série A. Mas isso faz parte. Apenas três times até hoje não passaram por esse vexame: Flamengo, São Paulo e Santos.

Há um estigma que marca a Série B: a perda de status. Os bons treinadores não querem treinar times da segunda divisão. Os empresários dos bons jogadores também evitam colocar seus atletas em times da Série B. Enfim, quer queiram, quer não, traz dissabores demais. É um purgatório, mas não o fim do mundo. Se assim fosse, os times se desmanchariam na Série B. Entretanto, todos estão vivos e lutando. Os nossos representantes já estiveram na Série B durante vários anos. Nem por isso foram extintos. Sobreviveram. E subiram.   

Exemplo 

O Fortaleza é o maior exemplo de grandeza e resistência. Só mesmo um time com a força “Daquelas Camisas” poderia alcançar o que o tricolor alcançou, com bravura e dignidade. Depois de padecer oito anos na Série C, o Fortaleza ganhou vaga na Libertadores. Foi o quarto melhor time do Brasil na Série A em 2021. Que notável exemplo de recuperação e ascensão no futebol brasileiro. 

Sequência 

Agora mesmo está aí o Fortaleza novamente dando show de recuperação. Depois de ocupar a lanterna por várias rodadas da Série A deste ano, inclusive sendo dado como possível rebaixado, ei-lo de volta à luta por uma vaga na Libertadores. Futebol é assim. Quando o time se organiza, vence. Quando negligencia, sofre as consequências. O Leão é o maior exemplo de recuperação. 

Êxito 

O melhor momento do Ceará este ano foi com o técnico Dorival Júnior. Deu sinais de que iria reagir bem. Teve um aproveitamento de 68% (venceu 11, empatou 4, perdeu 3). O Flamengo levou Dorival. O treinador arrumou o Mengão. Foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores. Agora mira o título mundial de clube. Levou azar o Ceará. Depois da saída de Dorival, nada mais deu certo.  

Desespero 

Quando um time fica à beira do rebaixamento, é natural que haja forte desequilíbrio emocional. Os jogadores sentem a pressão. Daí, como consequência, erram até passes de três metros. Perdem chances que, nos tempos bons, eram aproveitadas com simplicidade. Os assombros e os fantasmas tomam conta do grupo. Aí tudo se torna mais complicado. É a situação do Ceará no momento.