Foi emocionante a justa homenagem prestada pelo Fortaleza ao treinador Vojvoda, no dia em que ele passou a ser o técnico com o maior número de jogos no comando do Leão: 233. Superou o saudoso Moésio Gomes, o Paim, que esteve no comando técnico tricolor em 232 jogos. Logo surgiu a pergunta: qual dos dois o melhor? Tive a graça de acompanhar todo o trabalho realizado por Moésio Gomes. E estou tendo a felicidade de acompanhar a trajetória seguida por Vojvoda. Dois profissionais admiráveis, dignos de todos os encômios, de todos os aplausos.
É natural que as inclinações se dividam. Os torcedores mais velhos, certamente dirão que Moésio foi melhor. Os atuais torcedores, sem dúvida, até mesmo pelas recentes conquistas, dirão que Vojvoda é o melhor. Há muitos argumentos que podem ser levantados a favor de um e de outro. Mas isso será muito subjetivo. Sugiro que, antes de oferecer uma opinião sobre o assunto, o torcedor dê um mergulho na história. Sobre Vojvoda, é fácil opinar. Seu desempenho está aí à vista de todos. Sobre Moésio, é preciso voltar o tempo. Sem isso, não há como fazer comparações.
Cenários
Os cenários das participações de Moésio e de Vojvoda são bem diferentes. Moésio teve de enfrentar os tempos das vacas magras, das limitações financeiras, das estruturas arcaicas. Assim mesmo, criou a famosa “Escolinha do Moésio” que revelou uma geração campeã, de alta performance. Ganhou muitos títulos. Trabalho notável.
Modernos
Vojvoda já recebeu o Leão dos tempos modernos, com estrutura de alto nível e ótimas condições financeiras. Assim, à sua disposição as contratações de primeira linha nos planos nacional e internacional, fato impossível de acontecer na época de Moésio Gomes. Vojvoda com fartura no elenco. Moésio tendo de tirar leite de pedras.
Observações
Se Moésio foi tão vitorioso nas difíceis condições da época, imaginem como seria se tivesse tido a oportunidade de trabalhar nas condições em que Vojvoda trabalha agora. Certamente alcançaria o mesmo êxito que Vojvoda tem. Pelos conhecimentos que Moésio tinha, entendo que conseguiria, sim. Mas aqui vai muito de subjetividade.
O contrário
E se fosse possível entrar no túnel do tempo, levando Vojvoda à época de Moésio Gomes, nas décadas de 1960 e 1970? Teria ele alcançado o que Moésio alcançou? Certamente teria alcançado sim, pois tem o mesmo perfil de amor ao trabalho, competência e liderança que Moésio tinha. Aqui também vai muito de subjetividade.
Conclusão
Para ser justo, guardadas as devidas proporções, pelas profundas e diferentes dificuldades de cada época, Moésio Gomes e Juan Pablo Vojvoda são dois gigantes da história tricolor. Profissionais merecedores de todos reverência e gratidão. Moésio foi vida e coração no Pici. Também ali Vojvoda é coração e vida.
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