Posição em campo é o que menos importa

Foto: Kid Júnior

Nome da fera: Guilherme de Jesus Silva. Se chamado assim, exatamente como está na certidão de nascimento, poucos torcedores saberiam que se trata de Tinga, lateral-direito do Fortaleza. A consagração de um atleta acontece nos grandes clássicos, máxime nas grandes decisões. Tinga está consagrado. Fez gols nos dois clássicos decisivos de 2020, ganhando o bicampeonato pelo Fortaleza. O apelido Tinga ele herdou do Tinga original, um volante de nome Paulo César que atuava no Grêmio, apelidado de Tinga porque nascera no bairro Restinga, em Porto Alegre. Verdade é que o Tinga, do Fortaleza, de genérico passou a original quando Paulo César pendurou as chuteiras. E hoje o Tinga daqui atravessa a sua fase mais exuberante. Ele está em todas. Onipresente. Qual é mesmo a posição de Tinga? Não sei. Eu o conheci como lateral-direito. Rogério Ceni, seu treinador, diz que ala ele não é. Então, artilheiro. Pronto. Sem discussão. Se fizerem um vídeo apenas com os gols de Tinga, os senhores podem ter certeza de que ele seria negociado como centroavante nato, vocacionado a fazer belos gols. Termino esse texto enviando ao jogador os votos de parabéns. Pouco importa se ala, lateral, volante, atacante...

Sorte e azar

No futebol, sorte e azar entram em campo. Faz parte. No jogo de volta da decisão do Campeonato Cearense, isso ficou claro. O Ceará precisava de dois gols de diferença para ganhar o título. Teve as duas chances de gol, mas ambas bateram na trave. Ai, num ataque do Fortaleza, um zagueiro do Ceará acerta a sua própria trave. A sobra cai nos pés de Tinga. De que lado a sorte estava?

Despedida

Após o título conquistado, Rogério Ceni sem querer deixou cair dos lábios a palavra despedida. Não que ele vá embora agora. Para muitos até causou surpresa aquela palavra. Mas ele logo explicou. Não é para já. É para algum dia no futuro. Ele não gostaria de deixar o clube sem ver o estádio superlotado, adequado para um ato de gratidão por parte dele. Achei bonito.

Serenidade

Gostei na forma como o técnico Guto Ferreira analisou a perda do título pelo Ceará. Foi sereno nas manifestações. E muito consciente com relação ao que terá pela frente. Em síntese: logo mudou o foco. No lugar de lamentações sobre a perda, optou por falar de preparação para os novos desafios na Copa do Brasil e na Série A nacional.

Pílulas

Mais um ano passou sem que um time do interior tenha conseguido quebrar o tabu de ganhar um Campeonato Cearense. O único que tem um título estadual é o Icasa, mas naquele esdrúxulo ano de 1992, quando no tapetão foram proclamados quatro campeões. Uma mácula para o futebol cearense.

O time do interior que mais perto esteve de ganhar um título estadual em campo foi o Icasa. Em 2005, o Verdão do Cariri já estava comemorando, pois faltavam 30 segundos para terminar o jogo com o Fortaleza. Clodoaldo entrou em campo e deu o título ao Leão naquela ocasião.



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