Felizes as gerações que tiveram a oportunidade de viver a era Pelé. Uma era de vitórias, de títulos. Uma era guiada pela genialidade de quem, com toques sutis, mostrava os caminhos das grandes conquistas.
Eu vi Pelé assinar as mais belas obras de arte já produzidas nos campos de futebol. Em 1959, ele passou em frente à minha casa, na Rua Padre Francisco Pinto. Eu tinha 12 anos. Ele tinha 18 anos. Pelé, no alto de um carro do Corpo de Bombeiros, a caminho do PV, acenava aos súditos. Eu mal compreendia a grandeza daqueles gestos.
Anos depois, eu já profissional de rádio, fiz algumas entrevistas com ele. Havia algo transcendental que o diferenciava. Uma luz de tão intenso brilho que ofuscava os que estavam por perto. Os gols, os dribles, os lances perfeitos e imperfeitos, os gols que entraram e os gols perdidos compunham um cenário exclusivo de quem acerta até quando erra.
Como comparar Pelé? Com quem comparar Pelé? Impossível. É matriz única. Pelé é presença na ausência. É visível e invisível. Previsível e imprevisível. Por isso acima de Messi, Maradona, Cruyff, Cristiano Ronaldo, Ronaldo, Romário, Zico, Zizinho...
Agora, que já não mais está entre nós, certamente Pelé, no museu dos tempos, terá revisitada a exposição que abriu na Suécia em 1958. E ontem encerrou sob os aplausos do mundo. Uma exposição única, inimitável, inigualável, composta pelo maior artista da bola que os estádios de futebol já conheceram.
Até as redes estão de luto.
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