Os perigos das oscilações tricolores
Leia a coluna de Tom Barros desta terça-feira (20)

A confiança na produção de alta performance tinha sido retomada pelo Leão de Aço após as goleadas sobre o Colo-Colo (4 x 0) e sobre o Juventude (5 x 0). Não pelos placares elevados, mas pelo desenvolvimento de um jogo altamente qualificado, lembrando os grandes momentos.
De repente, tudo voltou à estaca zero. Foi pífia a apresentação diante do Bucaramanga, time colombiano, no Castelão. Um placar em branco e uma produção bem abaixo do esperado deixaram inquietações visíveis no grupo, no comando técnico e na torcida.
Para as incertezas aumentarem, o Leão de Aço sofreu uma goleada em São Januário. O Vasco aplicou 3 a 0 e nem tomou conhecimento da força tricolor. Assim voltaram os complexos, as perdas, os questionamentos. Qual é o verdadeiro Fortaleza, o das grandes vitórias ou o das frustrantes derrotas?
No momento, não há como responder. O Leão de Aço está dividido entre o bem e o mal. Entre as vitórias e as derrotas. O Fortaleza, que goleia, e o Fortaleza, que é goleado. São os riscos das graves oscilações.
Elite continental
As crises são comuns nos times de futebol. Mas incomuns são as situações experimentadas pelo Fortaleza. O time está disputando as mais importantes competições do Brasil e das Américas. Portanto, faz parte da elite continental. Nem assim tem dado tranquilidade aos seus torcedores.
Quatro competições
O Fortaleza, na Copa do Brasil, enfrenta o Retrô, amanhã, no Castelão. Na Série A, o Leão enfrenta o Cruzeiro, domingo, dia 25, também no Castelão. Na Libertadores, enfrenta o Racing, em Buenos Aires, no dia 29 de maio, uma quinta-feira. Na Copa do Nordeste, já está nas quartas de final, aguardo conhecer o adversário.
Indagação
O desgaste de tantas competições paralelas pode ser o motivo das oscilações. Por maior que seja o elenco, não há como manter o padrão intenso em três jogos seguidos. Em dois jogos é possível. Ainda que haja rotatividade do grupo, a qualidade tende a cair no terceiro jogo. É normal.
Os fatos
Vamos contar os últimos quatro jogos. Diante do Colo-Colo, o Fortaleza jogou bem e goleou (4 x 0). Foi o primeiro jogo. Diante do Juventude, o Fortaleza goleou (5 x 0) e jogou bem. Foi o segundo jogo. Diante do Bucaramanga, empatou (0 x 0) e não jogou bem (terceiro jogo). Diante do Vasco, foi goleado (3 x 0). Quarto jogo.
Sequência
Foi possível observar claramente que não há como manter a intensidade em três jogos consecutivos. Segura a intensidade em duas partidas seguidas. Na terceira, já reduz. Na quarta, não acompanha. Pode ser que a observação aqui mencionada seja apenas uma coincidência. Tudo bem. Mas cabe uma reflexão.
Intervalos
O Fortaleza, entre um jogo e outro, teve intervalos que variaram entre três e quatro dias. Atuou no dia 06 de maio diante do Colo-Colo. Quatro dias depois, no dia 10 de maio, enfrentou o Juventude. Três dias depois, dia 13 de maio, enfrentou o Bucaramanga. Quatro dias depois, 17 de maio, enfrentou o Vasco. Está explicado.
Conclusão
A linha de raciocínio exposta é válida para todos os clubes que disputam quatro competições paralelamente ou que, mesmo não disputando competições simultâneas, tenham intervalos de três ou quatro dias entre seus jogos. Ser humano não é máquina.