É delicada a situação do Ceará, que voltou para a zona de rebaixamento da Série B nacional. Formou-se um contraste entre a festa de comemoração pelo título de tricampeão do Nordeste e os seguidos insucessos na segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O Ceará conseguiu eliminar da Copa do Nordeste o seu maior rival, o Fortaleza. O Ceará conseguiu conquistar o título diante do Sport dentro da Ilha do Retiro em Recife. Mas, a despeito desses resultados positivos, o Vozão padece consecutivos reveses na Série B. Não decola. Vem jogando muito mal. E deixa muito preocupada a sua imensa torcida.
Quando digo que os fantasmas voltaram a Porangabuçu, refiro-me ao que houve no ano passado, quando, de visita em visita à zona baixa, terminou por lá ficando. E ficou. E caiu. Agora, não se admite mais a repetição dos mesmos erros e defeitos do ano passado. A lição ficou muito clara. Não pode haver lentidão na tomada de providências, mas também não pode haver precipitação. A sensatez tem de prevalecer. As medidas restauradoras terão de ser tomadas em conjunto. A conversa franca, aberta, com os jogadores, será fundamental. Unir forças é necessário.
Sensibilidade
O futebol não pode ser administrado como se administra um armazém de secos e molhados. Há outros fatores que precisam ser examinados. O relacionamento entre os atletas. O clima no grupo. É preciso detectar o que está faltando. Houve a mudança de treinador, mas as oscilações continuam. O que há por trás de tudo isso?
Desafios
Já se sabia que a Série B seria complicada. Engana-se quem imagina que um time rebaixado tem imediato o retorno à Série A. Longe o tempo em que isso acontecia. Há alguns anos, quando um time grande era rebaixado, sua vaga estava garantida na elite para o ano seguinte. Hoje, não. Estão aí vivos os exemplos de Cruzeiro e Vasco, que permaneceram na Série B por duas ou três temporadas.
Toque mágico
Há coisas que só acontecem no futebol. Há histórias de times que, de repente, passam a jogar bonito e de forma eficiente. Mas isso não acontece por acaso. O “toque mágico” vem acompanhado de alguma providência que foi tomada, ora nos bastidores, ora de forma explícita. O melhor caminho, penso, ainda é o diálogo.
O Fortaleza, no ano passado, provocou sustos. Teve um início pífio, sempre na zona baixa. E até lanterna foi durante boa parte do turno. Quando os primeiros fantasmas começaram a surgir nos céus do Pici, o alto comando tricolor cobrou dos atletas e preservou o treinador. O time reencontrou o melhor futebol e ainda garantiu uma vaga na Libertadores.
Os bons exemplos devem ser seguidos e analisados. O modelo de gestão do Fortaleza tem sido referência. Há outros clubes no Brasil que estão igualmente mantendo um padrão superior, tanto em campo como na parte administrativa. Vejam o Palmeiras. No plano patrimonial saiu do Palestra Itália para o Allianz Parque. Passou a ser time campeão, após alguns rebaixamentos em sua história.
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