Os acertos e erros nas contratações

Está chegando a hora de transferir para o gramado tudo o que se imagina dos novos valores que vieram para os rivais, Fortaleza e Ceará. As contratações, pelos currículos de cada, têm tudo para corresponder às expectativas. Resta saber o índice de acerto dessas operações. No ano passado, o Ceará contratou mal. Poucos retribuíram na medida esperada. Daí, o declínio que quase levava de volta para a Série B o alvinegro cearense.

O índice de acerto do Fortaleza foi melhor. Resultado é que o Leão terminou o ano numa boa, inclusive na Sul-Americana, enquanto o Ceará agonizava, jogo a jogo, tentando se livrar do rebaixamento. Não se pode imaginar um cenário onde todos os contratados mostrarão exuberância de futebol. Mas também não se pode imaginar um cenário negativo onde todos quebrarão a bola, numa sequência de insucessos. Quero crer que haverá gradual variação entre erros e acertos. Acertar em todas é utopia. Mas dá para aproximar, se mais rigoroso o critério de avaliação. Errar em todas já não seria azar, mas incompetência. Falta pouco para se saber, verdadeiramente, quem é quem na temporada 2020.

Pelo menos um

O ex-presidente do Ceará, Franzé Moraes, dizia uma coisa interessante. Segundo ele, quando o time contratava de "pacote", expediente da época, o fazia na esperança de pelo menos um dos contratados explodir com belas atuações. Se um correspondesse, já teria valido o investimento.

Inverso

Hoje o pensamento predominante é exatamente o contrário do da época de Franzé. No mundo do futebol de alta performance, de dez contratados, dez terão de dar certo. E quem errar nas contratações responderá por isso com a perda do emprego. Aliás, foi assim que Marcelo Segurado perdeu o cargo de gerente de futebol do Ceará em 2019.

O maior

Não foi nenhum jogador que assumiu a condição de maior contratação do futebol cearense nos anos mais recentes. O maior nome continua sendo Rogério Ceni, técnico do Fortaleza. Os jogadores contratados oscilaram demais. Já Rogério Ceni foi vitorioso sempre, dentro e fora de campo. Sua presença abriu a mídia nacional para o Fortaleza. Foi a maior jogada de Marcelo Paz.

A magra vitória (1 a 0) do Ferroviário sobre o Floresta, apesar de não ter trazido o convencimento de uma produção mais apurada, serviu para aliviar tensões e levar mais serenidade ao grupo nos próximos desafios. Embora com placar mínimo, a primeira vitória tem o poder de gerar ambiente favorável e de maior confiança.

Que terá havido com planejamento do Floresta para a atual temporada? Após a ótima participação no certame 2019, onde ficou em terceiro lugar, o Floresta desabou. Agora, em quatro jogos, três derrotas e apenas um empate. Nem de longe lembra a tradição da Vila Manoel Sátiro, berço da atual agremiação.



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