O futuro do árbitro de vídeo no futebol

O VAR foi introduzido no futebol para tirar as dúvidas que tanto geravam veementes protestos. Por mais paradoxal que pareça, em certos casos trouxe mais problemas que soluções, mais atrapalhou que ajudou. É incrível como só no futebol instrumento assim, de aferição, não deu certo. Os demais esportes foram beneficiados. As corridas de carro, as competições em quadras, enfim, variadas modalidades absorveram muito bem a ideia de evitar equívocos mediante verificação por meio de equipamentos eletrônicos. Mas no futebol o questionamento sobre o uso do VAR continua. Pelo menos do jeito que está aí eu sou contra. Não raro é preciso uma "solenidade" para resolver uma questão que os pobres olhos mortais antigamente resolviam na hora. O futebol é um esporte diferente. É o único que teima em contrariar a natureza das coisas. Teimosia tamanha que prefere a dúvida sem o VAR que a "certeza duvidosa" pelo VAR introduzida. O futebol não precisa disso para viver ou sobreviver. Refiro-me ao VAR do jeito que está aí. Se aprimorarem sua utilização, será possível uma revisão de conceito.

Custos

É possível que, com a crise decorrente do novo coronavírus, que deixou a maioria dos clubes apertada financeiramente, não há mais como pagar a utilização do VAR. Então o futebol voltará aos velhos tempos. Devolverá a total responsabilidade ao trio de arbitragem. Em segundos, o árbitro terá de decidir.

Foi assim

Durante quase um século o futebol foi assim, ou seja, dirigido sem aparatos eletrônicos para tirar dúvidas. E, na hora em que passou a usar tais aparatos, outras dúvidas apareceram. Sem trocadilho, por via das dúvidas, melhor então ficar com as dúvidas de antigamente do que com as novas.

Viva

Bons de verdade foram os árbitros que não precisaram de VAR para fazer história. É o caso de Raimundo da Cunha Rola (o popular Rolina), José Tosta, Ricardo Banadies, Alzir Brilhante, Vicente Trajano, Natal Jesus de Lima, Valdizar Reis, Gilberto Ferreira, Louralber Monteiro, Joaquin Gregório, Luís Vieira Vilanova, Leandro Serpa, Dacildo Mourão...

É lógico que, quando a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus terminar e os clubes puderem voltar a trabalhar com folga financeira, o VAR deverá estar de volta. Trará outra vez alguns pontos positivos e outros negativos. Seria interessante que somente voltasse quando aperfeiçoado para ser mais rápido nas decisões.

O VAR atrapalha demais os narradores de futebol. Muitas vezes o locutor já está no grito de gol quando acontece a paralisação para verificar se houve irregularidade ou não. Aí o locutor corta o grito de gol. Ora, se confirmado o gol, o narrador já perdeu o embalo e fica sem graça gritar sozinho, pois os torcedores também não mais gritarão.



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