O charme exclusivo do Campeonato Cearense

Confira a coluna do Tom Barros desta sexta-feira (1º)

Legenda: Manjadinho, mascote do Campeonato Cearense
Foto: Kid Júnior/SVM

É coisa nossa. Tem as nossas raízes. Não é uma competição inventada pela atual ganância do mundo dos negócios. Foi criada pelo ideal dos pioneiros e pelo amor que eles devotavam ao esporte. Não por acaso o Fortaleza chegou à Copa Libertadores; não por acaso o Ceará chegou à Copa Sul-Americana.

Não por acaso Ferroviário e Guarany de Sobral conquistaram títulos nacionais. Tudo está sendo o resultado de um investimento modesto, feito há mais de cem anos. Começou na improvisação de um campo de futebol onde hoje é o Passeio Público. E chegou ao modelo Fifa de um Castelão multiuso.

A prova da importância do Campeonato Cearense está nas consequências negativas de quem o perde. Quando em 2022 o Ceará foi eliminado pelo Iguatu, quase que o mundo veio abaixo. Quando, em 2018, Rogério Ceni perdeu um título estadual para o Ceará, houve conselheiros no Pici que quiseram mandá-lo embora.

Marcelo Paz segurou. Deu-se bem. Ceni ganhou tudo depois. O Campeonato Cearense abrigou muitos times, já extintos, mas que fizeram história. Uma história cheia de magia e encanto. Em 2024, a TV Verdes Mares, com exclusividade, levará a você todo o charme desta competição genuinamente nossa. Com a nossa imagem.

ARTILHEIRO MAIOR

O maior goleador da história do futebol cearense em um único campeonato é o atacante Sandro Preigschadt, também chamado de Sandro Gaúcho. Em 1997, quando jogava pelo Fortaleza, ele marcou 39 gols numa única edição do Campeonato Cearense, recorde que permanece até hoje. Como o campeonato encurtou, dificilmente esse recorde será quebrado.

FATOS

Na história do Campeonato Cearense, houve alguns jogos que marcaram mais. O tricampeonato estadual, conquistado pelo Ceará em 1961, 1962 e 1963, foi incrível. Na decisão do tri, em 1963, o Ferroviário estava ganhando por 2 a 1 até 42 minutos do segundo tempo. Praticamente campeão. Aí, em três minutos, o Ceará virou. Gildo empatou e Lucena fez o gol do Título. Inacreditável.

TRÊS SEGUIDAS

Mais impressionante foi o Fortaleza em 1974. Em uma semana, ganhou três vezes seguidas do Ceará, sagrando-se campeão. O técnico Moésio Gomes montou o famoso quadrado de ouro com Chinesinho, Lucinho, Zé Carlos e Amilton Melo. Geraldino, o maior artilheiro do Castelão, era o centroavante. Uma conquista incrível.

O TETRA

O mesmo técnico Moésio Gomes, que deu o título ao Fortaleza em 1974, entraria também para a história do Ceará. Ele foi o comandante do famoso time alvinegro tetracampeão cearense em 1978. No Ceará também atuaram Pedro Basílio e Amilton Melo, que foram campeões pelo Fortaleza em 1974. Tiquinho ficou imortalizado com o gol do tetra. Ceará 1 x 0. Incrível.

O BI CORAL

A última conquista estadual do Ferroviário foi o bicampeonato cearense de 1994/1995. O Ferroviário, comandado pelo técnico Ramon Ramos, tinha no elenco Jorge Luiz, Biriba, Santos, Batista e João Marcelo, Ricardo Lima, Paulo Adriano, Acássio, Hilton, Robério e Reginaldo. Inesquecível. A verdade é que o Campeonato Cearense tem muita história para contar.