O Campeonato Cearense, a tradição e a história
Leia a coluna de Tom Barros desta terça-feira (17)

Estou vendo a Copa do Mundo de Clubes. É uma inovação da FIFA, que aposta no interesse dos torcedores nos cinco continentes. Pelo menos, nestas primeiras rodadas, não há como compará-la ao Mundial de Seleções. De qualquer maneira, é recomendável esperar um pouco. Tudo é começo ainda.
Eu gosto mesmo é do nosso feijão com arroz. O baião de dois bem cearense, com gosto de PV, Castelão, Domingão, Junco, Morenão, Romeirão, Imigrantes... Gente próxima da gente. Torcedores que mantêm vivo o encanto pelos dos campeonatos estaduais.
Não renunciarei ao direito de enaltecer o Campeonato Cearense. Em nome da tradição, da história e da saudade, levantarei a voz a clamar pelo que construiu tudo o que aí está. O campeonato que tinha Gildo, Croinha e Pacoti. Haroldo Castelo Branco, Moésio e Mozart.
Não há Copa do Mundo de Clubes que transforme o meu pensar. Sou saudosista, de carteirinha. Façam as copas que quiserem fazer, mas o Campeonato Cearense sempre será intocável, imexível, eterno.
Defensor intransigente
Lembrei agora do saudoso Fares Lopes, que foi presidente da FCF em 2004. Fares faleceu quando cumpria seu mandato. Para ele, o Campeonato Cearense era sagrado. Ai de quem tivesse o atrevimento de questionar a viabilidade dos certames estaduais! Fares virava uma fera.
Presidente
O atual presidente da FCF, Mauro Carmélio, é sobrinho do ex-presidente Fares Lopes. Mantém viva a memória do tio, a quem homenageou ao criar a “Copa Fares Lopes”, disputada anualmente. Homenagem maior ele fez ao adotar a mesma postura do Fares, ou seja, a de intransigente defensor dos “estaduais”.
Fortalecimento
Cidades como Sobral e Juazeiro do Norte precisam voltar à elite do futebol cearense. Estão crescendo em todos os segmentos. São centros de referência na formação universitária superior. Ostentam também notável contribuição nos avanços do comércio e da indústria. Por que só no futebol apresentam retrocesso?
Coexistência
É importante a fusão entre o passado e o presente. Entre o Campo do Prado e o Castelão, entre o Alagadiço e o PV. A preservação da memória é essencial para a compreensão da história. O Campeonato Cearense tem mais de cem anos, o suficiente para encarar todo tipo de concorrência.
Conclusão
Para mim, mesmo com a pirotecnia em torno das demais copas e competições pelo Brasil e pelo mundo, o Campeonato Cearense é muito especial. É único. Tem raízes. Tem berço. Tem história. Tem tradição. Foi onde tudo começou. E, como tal, é inigualável.