O Ceará ingressa, hoje, na terceira etapa da Copa do Brasil. Enfrenta o Vitória de Salvador. A cada rodada, num processo de afunilamento, vai ficando mais difícil ganhar a vaga para a rodada seguinte. A Copa do Brasil tem um dos mais esdrúxulos regulamentos de todas as competições que conheço. É a única do mundo na qual um time pode ser eliminado invicto, jogando uma única partida.
Na atual fase, valerá o saldo de gols em caso de igualdade de pontos após os dois jogos. Rafael Sóbis, que já marcou quatro gols pelo Ceará, virou referência momentânea. Os números revelados, ontem, na matéria assinada por Alexandre Mota colocam um aproveitamento de 67% na nova gestão do técnico Enderson Moreira. A evolução do time tem sido gradual. Ainda não alcançou a confiança da torcida em vista das oscilações. Quanto ao Vitória, faz tempo, não vejo esse time baiano jogar. O técnico, veterano Geninho (71 anos), treinou o Ceará em 2015. Sua passagem aqui foi discreta. No Vitória, estão Carleto, lateral-esquerdo que jogou no Ceará em 2019, e Léo Ceará que, apesar de cearense nascido em Fortaleza, não atuou em times daqui.
Vantagens
Quem mais torce para Clebão brilhar no Ceará é o Ferroviário. Motivo simples: o Ferrão detém 25% dos direitos em caso de negociação do jogador. O Ferrão torce também pelo sucesso de Thiaguinho, pois detém 15% dos direitos sobre o atleta. Acordo feito quando da transferência desses atletas do Barbalha para o Vozão.
Referência
O que mais me chamou a atenção, quando da apresentação do atacante Yuri César pelo Fortaleza, foi a colocação feita pelo jogador na qual faz referência a Osvaldo. Yuri disse que sua forma de atuar é semelhante à forma de atuar do atacante Osvaldo. Que bom. Nada melhor que ter Osvaldo como referência, ou seja, um jogador exemplar dentro e fora de campo.
Ponte
O Fortaleza representa grande oportunidade para jogadores jovens consolidarem seus nomes no cenário nacional. Do Leão para grandes times brasileiros: em 2018, Gustavo (Gustagol) para o Corinthians. Em 2016, Jean Mota para o Santos. Hora de Yuri buscar seu espaço.
O atacante Cléber Bonfim de Jesus, o Clebão, que o Ceará contratou, terá ótima chance de se estabelecer na linha de frente do Vozão. O trono de Gildo, o maior ídolo do clube, está vago. Clebão (23 anos) é jovem e tem vocação de artilheiro. Já jogou no Icasa, Guarani-J, Vitória, Caucaia, Concórdia, Guarany-S e Barbalha.
A marca de três ou quatro competições simultâneas é exagero que trará sequelas aos jogadores submetidos a tão perverso regime de jogos. Não raro, fico sem saber por qual competição o jogo será válido, tal a misturada que acontece em determinados períodos. A banalização do futebol ainda terá um elevado preço.