Naturais temores da viagem de volta

A cada dia revelam-se mais evidentes os fatores que, se não forem corrigidos, poderão determinar o rebaixamento dos times cearenses para a Série B 2020. No suceder das rodadas, é visível como Ceará e Fortaleza não conseguem significativos avanços. O Ceará sofre com a crônica falência de sua finalização, bloqueada pela incompetências e pelo azares. O Fortaleza, oscilante entre incríveis reações e inaceitáveis embotamentos, vê sumir a autoconfiança. A goleada sofrida na Arena da Baixada trouxe inquietações maiores, haja vista a insustentável fragilidade defensiva. Já o Ceará precisa urgentemente reencontrar o caminho do gol. A pressão está impedindo a lucidez nas conclusões. O medo de errar amplia as condições para o erro. O medo da vaia conduz o jogador a errar. Aí entra a responsabilidade da torcida que às vezes ajuda, às vezes atrapalha. Quando pega no pé de alguém, tira toda chance de o atleta desenvolver melhor futebol. Não há quem, sob vaias, produza bem. A vaia humilha. Tira do atleta o poder de concentração. Só um jogador eu vi superar a maior vaia de todos tempos: Julinho, da Seleção Brasileira, em 1959, no Maracanã

De volta pro aconchego

Rogério Ceni outra vez no Pici. Confiança na retomada. No momento era mesmo o nome ideal porque montado por ele o time que aí está. Se outro nome, teria de haver o processo de adaptação que nem sempre tem encaixe imediato. Ceni volta para o que já era seu, feito à sua imagem e semelhança.

Momento

Rogério Ceni aceitou o desafio no momento mais complicado do Fortaleza na Série A, quando o time vem perdendo fôlego e pontos. Além disso, nos próximos cinco jogos, terá apenas um teoricamente menos complicado, ou seja, contra a Chape no Castelão. Os demais são Botafogo, São Paulo, Vasco da Gama e Flamengo. Nada fácil.

Solução

Ceará aposta no atacante Willian Popp para acabar com o jejum de gols. O rapaz tem 25 anos. Já atuou no futebol do Japão e da Coreia do Sul. Como a janela de contratações fechou ontem, o Vozão terá agora de seguir com o que aí está até o fim do campeonato. Em agosto passado Popp esteve na mira do Botafogo. É, portanto, a última tentativa do Vozão para neutralizar o grave problema das finalizações.

Relacionamentos em crise entre técnicos e treinadores. Tempos quentes que fizeram cair Oswaldo de Oliveira e Rogério Ceni. No Fluminense, Ganso detonou Oswaldo, chamando-se de burro. No Cruzeiro, Thiago Neves, que havia contestado Ceni em Porto Alegre, ganhou seguidores. Oswaldo e Ceni cairam.

Várias consequências

Que poderão advir dessa forma de demissão dos dois treinadores. Agora, qualquer jogador que se sentir prejudicado pelo técnico poderá criar embaraços, visando à queda do treinador, tal como fizeram Ganso, do Fluminense, e Thiago Neves, do Cruzeiro. Se a moda pega... Deus meu!



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